NOREVISTA JULHO 2020
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R E P O R T A G E M<br />
de emprego precário. Em geral, os mais<br />
vulneráveis são imigrantes de grupos étnicos<br />
minoritários e pessoas muitas vezes alvo<br />
de estigmatização racista. Aliás, de forma<br />
paradoxal, muitos são afetados fortemente por<br />
desemprego, subemprego, trabalho temporário<br />
e precariedade, risco de pobreza, muitos eles no<br />
prosseguimento das atividades que asseguram o<br />
funcionamento de estruturas de abastecimento<br />
e de cuidados sem recurso ao teletrabalho<br />
por razões inerentes às atividades por eles<br />
realizadas. Começa a ser usada a respeito deles<br />
a categoria de trabalhador essencial e têm sido<br />
os mais expostos à infeção e à doença, tendo<br />
ao mesmo tempo baixas remunerações e baixas<br />
garantias contratuais no emprego”.<br />
Os “jovens adultos” são outra da categorial<br />
social essencial dos “segmentos mais afetados<br />
pelos impactos da pandemia em termos<br />
de agravamento das desigualdades sociais.<br />
Antes da pandemia já era assim, mas agora as<br />
circunstâncias deles agravaram-se: diculdades<br />
agravadas quanto ao emprego; quanto ao<br />
rendimento; quanto ao prosseguimento de<br />
estudos superiores; quanto à autonomia<br />
pessoal em todo o mundo são os jovens adultos<br />
que são alvo de subemprego, desemprego e<br />
precariedade laboral. Alguns caram sem<br />
rendimento, muitas vezes colocados em<br />
situações muito difíceis ainda mais quando têm<br />
crianças nos seus agregados familiares”.<br />
Os “trabalhadores independentes” foram<br />
também dos mais afetados pelo agravamento<br />
das desigualdades com o connamento de<br />
pessoas e atividades, “muitos caram sem<br />
a atividade prossional e rendimentos de<br />
qualquer origem, parte deles caram colocados<br />
em situação de pobreza instantânea”.<br />
Os idosos, outra categorial social afetada, “têm<br />
sido também dos mais diretamente atingidos<br />
pela doença, pela sua maior vulnerabilidade à<br />
infeção e pela sua maior vulnerabilidade às suas<br />
consequências mais gravosas”. “Porém, não só<br />
pelos riscos de saúde acrescido, mas também<br />
pelas condições de existência social, muitos<br />
deles com situações económicas de baixo<br />
rendimento e situações sociais fracas e frágeis”.<br />
As crianças e jovens em atividade escolar “têm tido<br />
diculdades em prosseguir quer as aprendizagens<br />
escolares, quer a socialização inter-pares, ambas<br />
fundamentais nos percursos sociais de crescimento.<br />
Estão em desigualdade educativa face às gerações<br />
anteriores e o afastamento físico e relacional das<br />
escolas alarga ainda mais as desigualdades entre<br />
eles consoante os recursos educativos e económicos<br />
desiguais nas respetivas famílias, as desigualdades de<br />
oportunidade entre eles agravaram-se ainda mais”.<br />
Por m, as mulheres, “em especial as que trabalham<br />
em atividades de baixas qualicações e de baixos<br />
rendimentos, também particularmente afetadas<br />
pela crise pandémica em termos de agravamento<br />
das desigualdades sociais, quer pela suspensão ou<br />
encerramento de atividades económicas em que<br />
estão, por exemplo, hotelaria e restauração, serviços<br />
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