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NOREVISTA JULHO 2020

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C R Ó N I C A<br />

António Ventura<br />

Deputado pelo PSD Açores<br />

na Assembleia da republica<br />

A Autonomia dos Açores deve ser um tema de<br />

constante preocupação Açoriana, principalmente na<br />

Assembleia da República. Deve merecer por parte de<br />

todos nós uma permanente reexão e atuação porque<br />

não se esgota nas competências, na solidariedade e nos<br />

instrumentos que temos.<br />

A Constituição de Abril acolheu a Autonomia, na<br />

vontade da armação da identidade e da dignidade<br />

do Povo Açoriano. Parar esta vontade é perder<br />

politicamente e é desrespeitar esta raiz democrática. Ou<br />

seja, esta autodeterminação política e nanceira dos<br />

Açorianos só pode evoluir e nunca regredir. Este é o<br />

princípio, o meio e o m de todo o debate.<br />

No entender do PSD, o tema tem de ter futuro e tem de<br />

estar sempre presente no futuro da Região, de acordo<br />

com a realidade dos Açorianos.<br />

Uma Autonomia desfasada da realidade não consegue<br />

ter benefícios práticos na vida das pessoas, mas pode<br />

ser uma resposta às diculdades dos Açorianos, se a<br />

consideramos como um processo inacabado e, como<br />

tal, deve ser dinâmica e progressiva. Para isso, tem de<br />

ser pensada e percebida por todos e, acima de tudo, tem<br />

de se constituir numa exigência de primeira ordem.<br />

O debate autonómico não pode abrandar, desde logo,<br />

sobre aspetos como o relacionamento autonómico<br />

com a República, a participação da Região nos acordos<br />

internacionais, o circulo eleitoral na diáspora, entre<br />

outros.<br />

Assim sendo, teremos de aproveitar uma próxima<br />

Revisão Constitucional para fazer valer um conjunto<br />

de reivindicações, algumas, inclusive, com anos de<br />

reclamação.<br />

Esteve em curso a 8.ª Revisão Constitucional, que se<br />

iniciou em 2010, todavia não foi concluída devido à<br />

dissolução da Assembleia em 19 de junho de 2011.<br />

A nossa Constituição – a primeira das leis – não<br />

pode ser um travão ao desenvolvimento da<br />

Autonomia. Importa, por isso, não perder de vista esta<br />

oportunidade legislativa para alterações a favor dos<br />

Açores.<br />

O PSD estará sempre a trabalhar para uma Autonomia<br />

fortalecida, pois esta melhora a qualidade democrática<br />

e o desempenho dos nossos órgãos de governo próprio.<br />

A par do desempenho do autogoverno exige-se a<br />

responsabilidade dos resultados e, aqui, falha quem<br />

governa os Açores. Estamos perante um modelo<br />

cansado, com resultados negativamente dramáticos a<br />

vários níveis sociais e económicos. Resultados que se<br />

manifestam no desemprego, na falência de empresas,<br />

no despovoamento e no envelhecimento da população.<br />

Uma nova Revisão Constitucional irá ocorrer,<br />

estejamos preparados para vincar as nossas pretensões.<br />

Neste sentido, o PSD tem vindo a promover o<br />

pensamento crítico e o debate com a sociedade e entre<br />

as forças partidárias.<br />

O PSD foi sempre o partido liderante das alterações<br />

constitucionais que transformaram Portugal num país<br />

mais democrático, mais moderno e mais desenvolvido.<br />

A título de exemplo foi com o PSD que se pôs m à<br />

tutela militar do sistema político, que se permitiu a<br />

desestatização da economia, que se abriu à iniciativa<br />

privada o acesso à televisão, à rádio e à imprensa, que<br />

o referendo teve consagração constitucional e que os<br />

emigrantes obtiveram direito de voto na eleição do<br />

Presidente da República.<br />

72 NOJUL20

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