NOREVISTA JULHO 2020
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R E P O R T A G E M<br />
saúde pública e a crise económica e social associada<br />
demonstram a evidência que as instituições<br />
do estado social são indispensáveis para uma<br />
existência civilizada em sociedade no mundo atual<br />
e, em particular, é fundamental para a contenção<br />
das desigualdades sociais em agravamento e<br />
desejavelmente para as reduzir”. E “para que o<br />
estado social mantenha as suas funções e contribua<br />
decisivamente para a redução das desigualdades<br />
sociais há duas prioridades que se tornaram<br />
evidentes com a crise atual: o reforço dos sistemas<br />
públicos e a acentuação do seu carácter universal.<br />
Segunda questão, que “desigualdades e<br />
transformação digital?”. Com a crise de saúde<br />
pública, o processo de transformação digital<br />
da sociedade teve um impulso enorme de boa<br />
parte das transformações imediatas encontradas<br />
perante a crise pandémica tendo desenvolvido em<br />
instrumentos digitais nas universidades de maneira<br />
praticamente instantânea, o ensino tornou-se<br />
provisoriamente ensino à distância com o apoio em<br />
quatro formas digitais, vários setores económicos e<br />
administrativos foram rapidamente reorganizados<br />
com recurso maciço ao teletrabalho, o comércio<br />
eletrónico aumentou signicativamente nas relações<br />
de família, amizade e socialidade. Tem surgido<br />
uma variedade de iniciativas comunicacionais,<br />
criativas, lúdicas e de experimentação nos estilos<br />
de vida. Na saúde, está a aumentar rapidamente a<br />
utilização de novas tecnologias digitais por médicos<br />
e outros prossionais da saúde e com a pandemia<br />
COVID-19 surgiram as aplicações controversas de<br />
monitorização da infeção e da doença estão também<br />
a surgir cada vez mais instrumentos de base digital<br />
para a monitorização da mobilidade das pessoas e na<br />
monitorização de vários dos seus atos quotidianos.<br />
É aqui justamente que as questões se complicam,<br />
nomeadamente quanto às desigualdades sociais.<br />
Com efeito, tornam-se cada vez mais evidentes<br />
as ambivalências da transformação digital, estes<br />
dispositivos digitais e a sua utilização generalizada<br />
trazem sem dúvida enormes potencialidades para<br />
diversos domínios, mas trazem também enormes<br />
ameaças para os modos de existência humana em<br />
sociedade, nomeadamente novos agravamentos e<br />
novos tipos de desigualdades sociais”.<br />
António Firmino da Costa revela que “não se<br />
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