01_TNSC_T20-21_La-Wally_Programa-Digital
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pés na terra. Eu, ainda não o consegui. La Wally
devia ter sido cantada em Brescia este ano, mas
em vez disso… Juro-te que só me queixo da parcialidade
mostrada por Ricordi. Devia haver espaço
para todos neste mundo, mas não é essa a visão
da Casa [Ricordi].»
Podemos então, agora que todos os intervenientes estão
mortos, e o tempo que passou já é suficiente para
termos ideia do valor intrínseco das obras, tentar avaliar
os méritos relativos e absolutos de La Wally e de
Alfredo Catalani. Toscanini, que também respeitava
Puccini, foi no entanto o grande defensor de Catalani,
que possivelmente considerava o melhor dos dois. Não
obstante o seu fervor prosélito (que o levou a chamar
a sua primeira filha de «Wally»…), gravou apenas alguns
interlúdios orquestrais das óperas, e se bem que tenha
conseguido levar La Wally ao palco do Met em 1909,
nunca conseguiu garantir a sua permanência no mesmo,
e somente em 1952 gravou excertos dessa ópera.
Também Mahler mostrou grande entusiasmo por Dejanice
(1883), tendo, aliás, sido o primeiro grande nome
do meio musical a reconhecer o potencial de Catalani.
Então, e além da já mencionada falta de habilidade melódica
do compositor, da sua doença, e da competição
do «Verismo» e de Puccini (não suficientes para, só por
si, o deixarem cair no esquecimento), o que é que correu
mal? Penso que a resposta é a que Catalani já dera
a si próprio: Ricordi.
LA WALLY – ALFREDO CATALANI
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