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Edição 24 - Revista Aquaculture Brasil

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JUL/SET 2021

1.Introdução

O potencial do uso das algas marinhas é conhecido

mundialmente devido à grande variedade de

usos e aplicações industriais que vão desde a alimentação

direta em humanos, em animais, em coloides,

cosméticos, medicamentos e biofertilizantes agricolas.

Além destes usos, as algas do gênero Kappaphycus

também podem produzir Biocombustível, etanol

de terceira geração e posteriormente Créditos

de Carbono, mais um produto a ser explorado, a

médio ou longo prazo por esta cadeia produtiva.

Entretanto, a Macroalga Kappaphycus alvarezii é

principalmente utilizada como fonte de matéria-

-prima para a produção de ficocolóides conhecidas

como Carragenas, utilizadas como estabilizantes e

espessantes na indústria alimentícia (produtos cárneos,

bebidas, chocolates, rações, cosméticos, etc),

representando um mercado mundial da ordem de

US$ 6,00 milhões anualmente (FAO 2006).

A K. alvarezii também é conhecida comercialmente

como Eucheuma cottonii ou simplesmente “Cottonii”,

e teve cerca de 11.6 milhões de toneladas vivas

ou molhadas produzidas em 2019 (FAO, 2021),

principalmente em fazendas marinhas nas Filipinas,

Indonésia, Malásia, Tanzânia e Zanzibar (Philp & Campbell

2006, Pickering et al. 2007, McHugh 2003).

Nessas regiões são gerados milhares de empregos

e benefícios diretos para centenas de famílias,

diversificando as atividades tradicionais, diminuindo a

pressão ambiental sobre os ecossistemas e melhorando a

economia de áreas deprimidas e populações vulneráveis.

K. alvarezii já foi introduzida intencionalmente para

fins de maricultura em mais de 20 países como a Oceania,

Panamá, Cuba, Caribe, Equador, Brasil, Índia, Sri

Lanka, Camboja, Vietnã, Mianmar e África Oriental

(Quênia, Tanzânia, Moçambique e Madagascar) (Ask

1999, Pickering et al. 2007).

1.1 Histórico

do cultivo e introdução da macroalga

Kappaphycus alvarezii

no estado do Rio de Janeiro

Em 1998 a empresa Seaweed Consulting (www.

seaweedconsulting.com) introduziu a macroalga

Kappaphycus alvarezii no Rio de Janeiro, mais especificamente

na Ilha Grande – Angra dos Reis, para estudos

de ecologia e cultivo experimental.

Os exemplares (20 quilos) foram trazidos da Venezuela

(“Ilhas Coche”) gentilmente fornecido pelo Dr.

Raul Rincones da empresa Biotecmar C.A e com Certificado

Fitossanitário do governo Venezuelano. Após

a chegada no Brasil, as algas passaram por uma breve

quarentena no Laboratório de Camarões Marinhos

da Universidade

Federal de Santa

Catarina (UFSC)

onde também

foram deixados

alguns exemplares

para o cultivo

unialgal para o

professor Dr. Roberto

Derner do

Laboratório de

Microalgas desta

instituição.

Figura 1.

Exemplares de

Kappaphycus

alvarezii

© Miguel

Sepulveda

20

PARCEIROS NA 24° ED:

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