Edição 24 - Revista Aquaculture Brasil
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Ranicultura
Andre Muniz Afonso
Universidade Federal do Paraná - UFPR
Palotina, PR
andremunizafonso@gmail.com
O cooperativismo pode auxiliar a cadeia
ranícola?
JUL/SET 2021
cadeia produtiva de rãs no
A Brasil passou e ainda passa
por momentos difíceis ao longo
da pandemia de Covid-19. Seu
principal insumo, a ração, atingiu
preços proibitivos no mercado, quase
dobrando o custo de produção, que
já era alto. O reflexo disso pode ser
visto nos mercados varejistas, onde
a carne de rã, principal produto da
ranicultura, passou dos R$ 100,00 o
kg, mesmo patamar do salmão, por
exemplo. Nesses momentos, mais
do que nunca, a união de produtores
pode resultar em ganhos coletivos.
É com essa perspectiva que o
cooperativismo aparece como uma
boa opção de trabalho em equipe.
Juntando algumas definições podemos
dizer que o cooperativismo é um
modelo de negócio onde pessoas se
unem, de forma organizada, em busca
de objetivos comuns. Por serem donos
do negócio, podem traçar metas de
curto a longo prazo que tragam desenvolvimento
econômico e social, além
de maior produtividade unida à sustentabilidade.
O cooperativismo está
baseado em sete princípios básicos (OCB, 2021)¹, são
eles:
1) adesão voluntária e livre;
2) gestão democrática;
3) participação econômica dos membros;
4) autonomia e independência;
5) educação, formação e informação;
6) intercooperação;
7) interesse pela comunidade.
Ao aplicar estes princípios na ranicultura, podemos
destacar os itens 2, 5 e 6. A gestão democrática
é importante para que as opiniões dos membros
sejam levadas em consideração nas tomadas
de decisão do grupo. Em debates com produtores,
sempre é possível ver que existem divergências
quanto à forma como se enxerga o negócio da ranicultura
no Brasil. Debater os diferentes pontos e
se chegar a um denominador comum não é tarefa
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PARCEIROS NA 24° ED: