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Lady Killers_ Assassinas Em Série - Tori Telfer

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03. O corpo sangra

Alguns dias depois, os aprendizes adolescentes de

Thomas Ridgeway arruinaram os planos de Elizabeth.

Eles também haviam notado a substância arenosa

sedimentada no fundo da tigela de sopa de Ridgeway.

Os garotos suspeitaram de envenenamento; e Elizabeth,

por sua vez, desconfiou de que os meninos suspeitavam

dela. Tentou calá-los com um pouco de mingau de

arsênico, mas eles se recusaram a comer. Então mudou

de tática: prometeu-lhes que faria valer a pena se

ficassem de boca fechada. Não funcionou. Um dos

garotos, apavorado, correu até os parentes de Ridgeway

para lhes dizer que tinha certeza que Elizabeth acabara

de matar seu novo marido.

À notícia do envenenamento logo chegou aos ouvidos de

um magistrado, um “cavalheiro de grande juízo e

prudência” chamado sir Beamont Dixey, que deu ordens ao

legista para que apurasse a questão. O legista

corajosamente desenterrou o cadáver em decomposição de

Ridgeway, morto havia oito dias, e deu uma espiada por

dentro. Ficou claro para ele que o alfaiate fora vítima de

envenenamento, e Elizabeth foi levada para a prisão em

Leicester.

Durante esse período, alguns tribunais ainda praticavam

a “cruentação” com os réus, um método medieval

empregado com o intuito de provar a culpa. O suspeito era

obrigado a tocar no cadáver da vítima; se fosse culpado,

dizia a teoria, o corpo começaria a sangrar. Supostamente,

o pai de Thomas Ridgeway forçou Elizabeth a tocar no corpo

apodrecido de seu marido, um ato em relação ao qual —

que surpresa! — “ela era muito avessa”. Uma fonte afirma

que quando ela finalmente cumpriu o ato, o cadáver

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