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Lady Killers_ Assassinas Em Série - Tori Telfer

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07. Coisas que nem mesmo homens são capazes de fazer

Os guardas foram buscar Sakina em sua cela na manhã

do dia 21 de dezembro de 1921. As mãos dela estavam

algemadas.

“Seja durona”, disse um dos guardas. “Seja forte.”

Ao ouvir isso, Sakina se virou para ele e rosnou: “Eu sou

uma mulher forte. Se eu consigo cem, posso transformar

em mil”.

Diga o que quiser sobre Sakina, mas ela certamente

conhecia a si mesma. “Seja forte?” Quem era Sakina se não

alguém forte? Ela teve empregos horríveis quando criança.

Saiu de casa anos antes de sua irmã ter coragem de fazer a

mesma coisa. Exigiu um divórcio. Vendia carne podre de

cavalo para sobreviver. Segurou a língua na delegacia

enquanto sua irmã mais velha se rendia e confessava tudo.

Alguma coisa em Sakina deve ter se soltado depois de o

guarda lhe dirigir a palavra, porque ela falou de novo e de

novo durante seus momentos finais. “Eu matei”, ela

vociferou quando sua sentença de morte foi lida em voz

alta. “Eu matei, mas tudo bem, porque enganei o governo

de al-Labbãn.” (Em outro relato, ela diz: “Eu enganei a

polícia”,) Enquanto era entregue ao carrasco, ela trovejou:

“Este é o lugar onde as pessoas fortes ficam de pé. Eu sou

uma mulher forte e fiz coisas que nem mesmo homens são

capazes de fazer”.

Foi um monólogo final épico de sua parte, cheio de fogo

e provocação, e quando suas palavras foram publicadas nos

jornais, Sakina — a cadela, a alcoólatra, a corruptora de

mulheres respeitáveis — de repente parecia uma heroína

que ia contra o sistema. Afinal de contas, enganar a polícia

ausente era exatamente o que vinha fazendo até então;

fora arrastada várias vezes para a delegacia a fim de ser

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