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Lady Killers_ Assassinas Em Série - Tori Telfer

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de presas e punidas, a maioria se afunda nas névoas da

história de uma maneira que os homens não o fazem. Os

historiadores ainda se perguntam quem foi Jack, o

Estripador, mas quase nunca falam de sua conterrânea, a

assustadora Mary Ann Cotton, que confessou três ou quatro

vezes mais vítimas, a maioria crianças.

Não é que a sociedade não reconheça a existência do

mal nas mulheres, até porque as mulheres já foram

retratadas como coniventes e malévolas, verdadeiras

mensageiras do apocalipse, desde que Eva comeu a maçã.

Mas nós parecemos preferir mulheres más como aquelas

abrigadas apenas em nossas ficções. Elas podem atrair

homens para o mar (sereias), enquadrá-los por assassinato

(Garota Exemplar) ou sugar sua respiração em um poema

(“A Bela Dama Sem Piedade”); é quando elas entram na

vida real e começam a matar pessoas reais que nossa

imaginação falha. Não podemos imaginar que elas fizeram,

sabe como é, de propósito. Normalmente, mulheres são

vistas como seres unicamente capazes de cometer

homicídios reativos — homicídio em autodefesa, uma

explosão de amor, um desequilíbrio de hormônios, um

momento de histeria —, e não homicídios instrumentais,

que podem ser maturados, calculados e executados a

sangue-frio.

Não à toa temos a infame fala de Roy Hazelwood 1 ,

agente do FBI, que afirmou em 1998: “Não existem

assassinas em série”.

•••

O que acontece quando as pessoas são confrontadas com

uma assassina em série? Quando as ideias de “sexo frágil”

se quebram e fitamos os desconcertantes olhos de uma

mulher com sangue seco sob as unhas? Primeiro,

provavelmente daríamos uma checada para ver se ela é ou

não gostosa. (Um estudo de 2015 apresentou grandes

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