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Lady Killers_ Assassinas Em Série - Tori Telfer

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Na introdução de Guerra e Paz, Tolstói traz o caso de

Darya Niko-layevna Saltykova, uma assassina em série

russa do século XVIII que aparecerá neste livro. “Ao estudar

cartas, diários e tradições [do tempo de Darya], não

encontrei os horrores de tais selvagerias em maior medida

do que os encontro agora ou em qualquer outro período”,

escreve ele. “Naqueles tempos, as pessoas também

amavam, invejavam, procuravam a verdade e a virtude, e

foram levadas pela paixão.”

Embora cada mulher neste livro tenha sido moldada por

seu tempo, é uma falácia pensar que seus crimes, “os

horrores de tais selvagerias”, surgiram de alguma sopa

sociocultural primitiva da qual nós, em nosso presente

impecável, conseguimos evoluir. Claro, um dia eu espero

que vivamos em uma cultura utópica onde todas as

histórias de nossos antepassados transgressores serão

gloriosamente queimadas, como a biblioteca de Alexandria,

e faremos uma lavagem cerebral em nós mesmos para

acreditar em nossa própria perfeição. Mas, até lá, temos de

encarar os fatos: existem, de fato, assassinas em série.

Essas damas assassinas eram inteligentes, malhumoradas,

coniventes, sedutoras, imprudentes, egoístas,

delirantes e estavam dispostas a fazer o que fosse

necessário para ingressar no que elas viam como uma vida

melhor. Foram implacáveis e inflexíveis. Estavam perdidas e

confusas. Eram psicopatas e matadoras de crianças. Mas

elas não eram lobos. Não eram vampiros. Não eram

homens. Mais uma vez, a ficha mostra: elas eram

horrivelmente, essencialmente, inescapavelmente

humanas.

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