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Revista eMOBILIDADE+ #03

A revista eMobilidade + Dedica-se, em exclusivo, à mobilidade de pessoas e bens, nos seus vários modos de transporte (rodoviário, ferroviário, aéreo, fluvial e marítimo), conferindo deste modo espaço aos mais proeminentes “stakeholders” do setor, sejam eles indivíduos, empresas, instituições ou entidades académicas.

A revista eMobilidade + Dedica-se, em exclusivo, à mobilidade de pessoas e bens, nos seus vários modos de transporte (rodoviário, ferroviário, aéreo, fluvial e marítimo), conferindo deste modo espaço aos mais proeminentes “stakeholders” do setor, sejam eles indivíduos, empresas, instituições ou entidades académicas.

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EVENTOS<br />

Congresso Europeu da ITS<br />

Mais de uma<br />

centena<br />

de empresas<br />

exibiram as suas<br />

propostas, ou<br />

projetos já em<br />

desenvolvimento,<br />

que concorrem<br />

para a melhoria<br />

da mobilidade<br />

e da qualidade<br />

de vida dos<br />

cidadãos<br />

HARMONIZAÇÃO<br />

DE DADOS<br />

Para o português Pedro<br />

Barradas, chefe de estratégia<br />

da Armis-ITS, a harmonização<br />

de dados é o resultado da<br />

cooperação entre os agentes<br />

PARTILHA E CONFIANÇA<br />

Martin Boehm, diretor técnico da<br />

AutriaTech, falou sobre a implantação<br />

dos sistemas de cooperação ITS (C-ITS),<br />

que pressupõe a conetividade entre dois<br />

ou mais subsistemas (pessoais, veículos,<br />

rodoviários e centrais). Basicamente,<br />

observa a boa-vontade entre os vários<br />

atores em comunicarem entre si,<br />

porventura um dos maiores problemas<br />

para a prossecução de todo o plano da<br />

mobilidade. Segundo aquele técnico, “é<br />

um desafio colocar as autoridades rodoviárias,<br />

os detentores das infraestruturas<br />

e os operadores de transportes públicos<br />

a partilharem os seus dados, a confiarem<br />

uns nos outros, e fundirem todas as<br />

informações para que 50 cidades europeias<br />

comecem a operar de acordo com<br />

os novos planos.” Tudo começou em<br />

2016 e, assim parece, ainda há muito<br />

para dialogar e afinar.<br />

Em segurança e sustentabilidade,<br />

podem os smart cars comunicar com as<br />

smart roads?, foi o tema abordado por<br />

Sanket Partani, da Universidade alemã<br />

de Kaiserslautern. Podem, de facto, e<br />

os resultados extraídos de ensaios em<br />

dez mil veículos revelaram que aquela<br />

tecnologia pode conduzir até à redução<br />

até 32% de emissões de CO 2<br />

.<br />

Émilie Petit, gestora de projetos do Ministério<br />

dos Transportes de França, tem<br />

ocupado a sua equipa a compreender e<br />

harmonizar as informações e especificações<br />

dos sistemas, a validá-las, garantindo<br />

que são seguras para os cidadãos,<br />

da mesma forma que foi aferido se os<br />

veículos compreendem as mensagens<br />

recebidas.<br />

INDÚSTRIA SERÁ ENVOLVIDA<br />

Para o português Pedro Barradas, chefe<br />

de estratégia da Armis-ITS, a harmonização<br />

de dados é o resultado da<br />

cooperação entre os agentes, “mas tão<br />

importante quanto isso é garantir que<br />

a indústria automóvel e a de telecomunicações<br />

compreendem o que estamos<br />

[nós e as 54 cidades envolvidas] a<br />

procurar fazer, para que possamos, num<br />

futuro próximo, estender o projeto a<br />

outras cidades”, disse o engenheiro.<br />

Mas quando estaremos em condições<br />

de perceber que os carros e as ‘coisas’<br />

já estão a comunicar para melhorar<br />

a mobilidade nas nossas cidades?<br />

Responde Martin Boehm: “Ainda falta<br />

muito tempo. Antes de mais, teremos<br />

É um desafio colocar as<br />

autoridades rodoviárias,<br />

os detentores das<br />

infraestruturas e<br />

os operadores de<br />

transportes públicos<br />

a partilharem os seus<br />

dados, a confiarem uns<br />

nos outros, e fundirem<br />

todas as informações<br />

para que 50 cidades<br />

europeias comecem a<br />

operar de acordo com<br />

os novos planos<br />

que alterar todos os regulamentos<br />

rodoviários, que são físicos, enquanto<br />

estas comunicações são todas digitais.<br />

Haverá uma altura em que coexistirão<br />

os semáforos físicos e os regulamentos<br />

digitais. Teremos câmaras nos carros<br />

ligadas aos sistemas centrais que<br />

trocam informações e nos mandam<br />

avançar ou parar.”<br />

LOGÍSTICA SEM ENGANOS<br />

As plataformas logísticas digitais prometem<br />

garantir uma grande sustentabilidade<br />

no capítulo da distribuição de mercadorias<br />

e há equipas de estudo atentas<br />

a todos os pormenores, a começar pelo<br />

simples engano. A digitalização e o<br />

recurso a uma aplicação fará com que<br />

deixe de ser possível a um condutor de<br />

veículo de mercadorias que se dirija ao<br />

porto de Xangai (apenas referido como<br />

exemplo) para entrega a transporte<br />

naval, entrar para o terminal de aviação<br />

que lhe fica perto, mas que perderá<br />

meia-hora para encontrar a via correta.<br />

Tudo será calculado, o tempo de entrega,<br />

as rotas, os locais de entrega, os<br />

espaços de estacionamento e a ‘última<br />

milha’.<br />

O que se pretende com o projeto<br />

LEAD (Baixa Emissões Adaptativas) é<br />

que um modelo de análise determine<br />

quais os veículos a utilizar ao longo<br />

do percurso e de que forma se poderá<br />

percorrer a última milha, em perímetro<br />

urbano, necessariamente em veículo<br />

eco-friendly.<br />

É também imperioso que a entrega de<br />

mercadoria tenha como certa a hora a<br />

que estará disponível o navio para o<br />

início da estiva, ou a que minuto poderá<br />

aceder ao cais de embarque da via<br />

férrea ou por via aérea sem delongas.<br />

O maior busilis de todo este processo<br />

de mudança reside na intermodalidade.<br />

Isto é, quando um passageiro ou<br />

mercadoria necessite usar mais que<br />

um meio de transporte para chegar do<br />

ponto A ao B sem que tenha que fazer<br />

maratonas ou sprints pelo meio. A comunicação<br />

entre os gestores dos meios<br />

e uma troca de informações seguras<br />

estão longe de chegar a bom porto. Ou<br />

o custo da transformação das infraestruturas.<br />

E até mesmo a bilhética. Segundo<br />

vários oradores, não estará para<br />

breve adquirir um bilhete para vários<br />

modos de transporte que garanta uma<br />

certeza horária ao seu detentor.<br />

São muitos dados e para isso são necessários<br />

muitos estudos, mas acima de<br />

tudo muita cooperação entre todas as<br />

entidades e uma partilha sem receios.<br />

E muita paciência para esperar pela<br />

mudança.+<br />

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