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Revista eMOBILIDADE+ #03

A revista eMobilidade + Dedica-se, em exclusivo, à mobilidade de pessoas e bens, nos seus vários modos de transporte (rodoviário, ferroviário, aéreo, fluvial e marítimo), conferindo deste modo espaço aos mais proeminentes “stakeholders” do setor, sejam eles indivíduos, empresas, instituições ou entidades académicas.

A revista eMobilidade + Dedica-se, em exclusivo, à mobilidade de pessoas e bens, nos seus vários modos de transporte (rodoviário, ferroviário, aéreo, fluvial e marítimo), conferindo deste modo espaço aos mais proeminentes “stakeholders” do setor, sejam eles indivíduos, empresas, instituições ou entidades académicas.

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MOBILIDADE INTEGRADA<br />

Colectiva, activa,<br />

partilhada,<br />

zero emissões<br />

Numa época em que as cidades e áreas metropolitanas continuam a crescer exponencialmente<br />

e em que tanto se fala da necessidade de reduzir o uso do automóvel individual, mas em que<br />

este continua a aumentar, esse objectivo apenas será alcançável com soluções à medida do<br />

cidadão e da sua necessidade pontual. Integradas, coordenadas, cómodas.<br />

Congestionamento de<br />

trânsito, poluição do ar,<br />

acessibilidade limitada e<br />

uso ineficiente de recursos<br />

são alguns dos problemas<br />

que afectam os actuais modelos de<br />

transporte. E a falta de soluções que<br />

compitam com o conforto e a liberdade<br />

proporcionados pelo automóvel<br />

apenas prolonga e agrava esta situação.<br />

O conceito de mobilidade integrada<br />

passa por criar um sistema de transporte<br />

contínuo e interconectado que<br />

combine vários modos de transporte.<br />

Ao integrar serviços de transporte<br />

público e colectivo, vias seguras para<br />

caminhada, bicicletas e outros veículos<br />

suaves e a partilha de viagens e de<br />

veículos, passar-se-á a fornecer opções<br />

de mobilidade eficientes, sustentáveis e<br />

convenientes para todos. À medida.<br />

MULTIMODAL, TECNOLÓGICO,<br />

PLANEADO<br />

No essencial, a mobilidade integrada é construída sobre<br />

três vectores principais: o transporte multimodal, as tecnologias<br />

de informação e comunicação, e a infraestrutu-<br />

ANTÓNIO GONÇALVES PEREIRA<br />

Presidente do Ecomood Portugal,<br />

Associação para a Promoção<br />

Solidária da Sustentabilidade na<br />

Mobilidade Humana; Embaixador<br />

do Pacto Climático Europeu<br />

Ao fornecer alternativas práticas e<br />

cómodas ao uso do carro particular e ao<br />

optimizar os fluxos de transporte, uma<br />

mobilidade mais integrada reduzirá o<br />

número de veículos nas estradas, levando<br />

à diminuição do congestionamento e a<br />

operações de trânsito mais suaves<br />

ra e o planeamento urbano. Vejamos<br />

cada uma delas mais em detalhe:<br />

Transporte multimodal – refere-se<br />

à integração de diferentes modos de<br />

transporte de forma coesa e racional.<br />

Isso implica criar redes que permitam<br />

aos passageiros fazerem uma transição<br />

confortável entre transportes públicos<br />

rodoviários e ferroviários, bicicletas<br />

ou outros modos suaves e trajectos<br />

pedonais. Ao oferecer uma panóplia<br />

de opções, a mobilidade integrada<br />

capacita o indivíduo para escolher o<br />

modo de transporte mais eficiente e<br />

conveniente para as suas necessidades<br />

específicas, reduzindo a dependência<br />

do automóvel particular e atenuando o<br />

congestionamento do trânsito.<br />

Tecnologias de informação e<br />

comunicação – desempenham um<br />

papel crucial no sucesso da integração.<br />

Aproveitando dados, sensores e<br />

conectividade, informações em tempo<br />

real podem ser fornecidas não somente aos operadores mas,<br />

sobretudo, aos viajantes, permitindo-lhes tomar decisões<br />

informadas sobre as suas deslocações. Os aplicativos móveis<br />

podem oferecer planeamento de viagens multimodais, plataformas<br />

de boleias, atualizações de trânsito em tempo real e,<br />

até, sistemas de emissão de bilhetes integrados. A tecnologia<br />

permitirá também a optimização de rotas e a gestão adaptativa<br />

dos fluxos de trânsito.<br />

Infraestrutura e planeamento urbano – são os principais<br />

facilitadores. A construção de ciclovias exclusivas, de ruas<br />

para pedestres e de centros intermodais (hubs), incentivará o<br />

uso de meios de transporte activos, não motorizados ou suaves.<br />

Soluções tão simples como estacionamento seguro para<br />

bicicletas junto às estações de comboio ou aos terminais de<br />

transporte rodoviário são de grande importância. A infraestrutura<br />

inteligente, como semáforos conectados e sistemas de<br />

gestão de estacionamento, pode optimizar também os fluxos<br />

de trânsito e melhorar a eficiência geral do transporte. A<br />

integração da infraestrutura de transporte com o planeamento<br />

urbano garante que as cidades sejam projetadas com o objetivo<br />

de fornecer opções de transporte convenientes e acessíveis<br />

para todos os residentes. E aqui entra também a essencial<br />

coordenação entre operadores e entre decisores, tanto centrais<br />

como, sobretudo, municipais. Uma área metropolitana tem<br />

de ser encarada como um grande todo e não como um mero<br />

conjunto de municípios vizinhos.<br />

VANTAGENS HUMANAS, AMBIENTAIS E ECONÓMICAS<br />

Ao fornecer alternativas práticas e cómodas ao uso do carro<br />

particular e ao optimizar os fluxos de transporte, uma mobilidade<br />

mais integrada reduzirá o número de veículos nas estradas,<br />

levando à diminuição do congestionamento e a operações<br />

de trânsito mais suaves. Isso não apenas economiza tempo aos<br />

passageiros, como também reduz as emissões de gases de efeito<br />

estufa, promovendo uma maior sustentabilidade ambiental.<br />

Além disso, a mobilidade integrada melhora a acessibilidade,<br />

garantindo que as opções de transporte estejam disponíveis<br />

para todos os indivíduos, independentemente das<br />

suas limitações de mobilidade e também, em certa medida,<br />

da sua condição económica, tornando o transporte mais<br />

inclusivo e equitativo.<br />

Do ponto de vista económico, aliás, a mobilidade integrada<br />

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