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Revista eMOBILIDADE+ #03

A revista eMobilidade + Dedica-se, em exclusivo, à mobilidade de pessoas e bens, nos seus vários modos de transporte (rodoviário, ferroviário, aéreo, fluvial e marítimo), conferindo deste modo espaço aos mais proeminentes “stakeholders” do setor, sejam eles indivíduos, empresas, instituições ou entidades académicas.

A revista eMobilidade + Dedica-se, em exclusivo, à mobilidade de pessoas e bens, nos seus vários modos de transporte (rodoviário, ferroviário, aéreo, fluvial e marítimo), conferindo deste modo espaço aos mais proeminentes “stakeholders” do setor, sejam eles indivíduos, empresas, instituições ou entidades académicas.

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PESADOS<br />

eActros e eEconic<br />

ID.BUZZ<br />

O ID.BUZZ mantém<br />

a «boa disposição» pela qual<br />

já é conhecido, com uma<br />

interessante mescla de<br />

cores e materiais<br />

hidrogénio (GenHs), com célula de combustível. O Long<br />

Haul já está a realizar testes e brevemente será disponibilizado<br />

a alguns clientes para fazerem operações reais de transporte,<br />

e a mesma lógica seguirá o camião a hidrogénio, já a partir de<br />

2024.<br />

O que não será uma completa novidade para a marca, pois<br />

em junho, na Cimeira Mundial dos Transportes, em Barcelona,<br />

fez a estreia mundial do eCitaro, autocarro para transporte<br />

de passageiros, equipado com a tecnologia da célula de<br />

combustível a hidrogénio.<br />

“Perguntam-nos frequentemente, mas qual será a tecnologia<br />

que irá vigorar de agora em diante? Respondemos que ambas,<br />

pois são complementares. Os camiões a baterias pressupõem<br />

trajectos mais curtos, urbanos e interurbanos, com rotas planificadas,<br />

pois até a topografia do terreno é relevante para este<br />

tipo de transporte. Já a tecnologia de hidrogénio é mais propensa<br />

aos trajetos longos, mais idêntica à filosofia do camião<br />

a gasóleo”, complementa António Louro, sublinhando que<br />

o mercado entrou numa nova fase, nunca antes vista. “Tudo<br />

isto é novo, os clientes não estão habituados a tais novidades,<br />

pelo que queremos assegurar-lhes que vão optar pela melhor<br />

solução”, justifica o gestor da marca, garantindo que um<br />

camião nunca será vendido por si só, mas sempre acompanhado<br />

de três premissas. A saber: eConsulting - profissionais<br />

habilitados analisarão em detalhe as operações do cliente e<br />

avaliarão a viabilidade de transportar com viaturas elétricas;<br />

[se for possível usar os veículos a baterias] eActros - escolher-se-á<br />

o camião certo, o que mais fará sentido para aquele<br />

cliente, para aquele tipo de transporte, que tipo de autonomia<br />

e a quantidade de baterias adequadas; soluções digitais - são<br />

as ferramentas de software que auxiliarão o cliente a melhor<br />

gerir a sua frota.<br />

ENÉRGICO EM PISTA<br />

O eActros vem equipado com com três ou quatro packs de<br />

baterias, consoante as versões (300 ou 400), e que se fazem<br />

corresponder com autonomias de, respetivamente, 300 e 400<br />

Km. Tão importante quanto a capacidade das baterias é o<br />

tempo de recarga destas, especialmente quando o que está em<br />

causa é um veículo de trabalho. O tempo gasto é de 1h15m,<br />

Tudo isto é novo, os clientes não estão<br />

habituados a tais novidades, pelo que<br />

queremos assegurar-lhes que vão optar<br />

pela melhor solução<br />

para 20 a 80% da carga total, com um carregador de 160 kW,<br />

a potência mais elevada que recebe aquela bateria.<br />

Em duas voltas completas à pista do Autódromo do Algarve<br />

– cerca de 9,3 Km –, sem preocupações de monta quanto a<br />

consumos, qualquer dos modelos ensaiados pela e-MOBILI-<br />

DADE+, eActros 300 e eEconic, gastaram apenas, em média,<br />

2% da carga disponível, sendo que se acelerou à vontade,<br />

mesmo no modo booster e com a opção “um só pedal”, de<br />

forma a testar a travagem/regeneração proporcionada pelos<br />

motores elétricos. Todo o binário é entregue quando solicitado,<br />

a unidade mostrou energia e desembaraço, e numa das<br />

maiores descidas do circuito - onde o declive máximo é de<br />

12% - com o sistema de regeneração no máximo (de um a<br />

cinco cliques), o veículo devolveu energia às baterias - o retorno<br />

da energia é mostrado no display de bordo -, ao mesmo<br />

tempo que se imobilizou no final da mesma, sem que para<br />

isso tenha sido necessário recorrer ao travão de serviço.<br />

Em termos de motricidade, ambos os modelos podem ter a<br />

configuração 4x2 ou 6x2 (esta com capacidade para reboque).<br />

No City Tractor, apenas com três packs de baterias e 40 t de<br />

peso máximo bruto combinado, a autonomia será de 230 Km.<br />

Neste caso, existem dois tipos de travagem, a convencional,<br />

ou pneumática, mas também aquele sistema adicional de travagem,<br />

por regeneração. Para manter esta capacidade de travagem<br />

adicional e ao rebocar 40 t, as baterias podem “encher”<br />

demasiado. Sendo assim, e quando tal acontece, perder-se-ia<br />

a capacidade de regeneração e travagem do veículo, pelo que<br />

foi adotado um sistema de resistências de alta potência para<br />

“deitar fora” energia, que mantém aquelas capacidades de<br />

travagem e regeneração.<br />

No eEconic, apenas disponível em configuração 6x2 e três<br />

packs de baterias, quando equipado com um compactador de<br />

lixo, a energia para o seu funcionamento deriva das baterias,<br />

pelo que a autonomia será reduzida para 150 Km. Diz a marca<br />

que, pelo que conhece do mercado, em percursos citadinos,<br />

é mais que suficiente.<br />

eAXLE É INOVAÇÃO DA MARCA<br />

Como inovação tecnológica surge o sistema eAxle. Foi explicado<br />

que os engenheiros retiraram toda a cadeia cinemática,<br />

o motor de combustão interna e o veio de transmissão e<br />

colocaram os dois motores elétricos diretamente acoplados<br />

ao diferencial, a que se junta um sistema de refrigeração e<br />

uma caixa de velocidades, com duas relações. Sendo aqueles<br />

motores síncronos, que favorecem maior binário e não a rotação<br />

(para isso existem os assíncronos), aqueles produzem,<br />

em conjunto 336 kW (ou 450 CV) e 970 Nm em contínuo,<br />

na primeira relação, até aos 30 Km/h, sendo que a segunda<br />

marcha desenvolverá dos 30 aos 80 km/h. Os dois motores<br />

elétricos do eActros 400 produzem 448 kW (ou 600 CV).<br />

Como equipamento de segurança, a visão 360 graus, obrigatória<br />

a partir de 2024, já está assegurada nos veículos<br />

da Mercedes-Benz. O botão de emergência, ao alcance do<br />

motorista, corta a alta tensão, ficando restringida às baterias.<br />

Em caso de sinistro, junto aos bancos do motorista e<br />

do passageiro existem dispositivos de corte de corrente para<br />

serviço das equipas de socorro. Em caso de colisão, um<br />

fusível pirotécnico é acionado automaticamente, cortando a<br />

alta tensão.<br />

Tudo o resto é silêncio. É algo estranho. Os técnicos da Mercedes-Benz,<br />

já com adiantada habituação à novidade, admitem<br />

que, de facto, primeiro estranha-se, mas que depois...<br />

Os valores de venda destes veículos não foram divulgados,<br />

até porque muito dependem de um sem número de configurações<br />

possíveis, mas será certo que, quando comparado<br />

com o Actros a combustão interna, é crível que se tenha que<br />

multiplicar por três o preço a pagar por um eActros.+<br />

50 e-MOBILIDADE + e-MOBILIDADE + 51

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