Revista eMOBILIDADE+ #03
A revista eMobilidade + Dedica-se, em exclusivo, à mobilidade de pessoas e bens, nos seus vários modos de transporte (rodoviário, ferroviário, aéreo, fluvial e marítimo), conferindo deste modo espaço aos mais proeminentes “stakeholders” do setor, sejam eles indivíduos, empresas, instituições ou entidades académicas.
A revista eMobilidade + Dedica-se, em exclusivo, à mobilidade de pessoas e bens, nos seus vários modos de transporte (rodoviário, ferroviário, aéreo, fluvial e marítimo), conferindo deste modo espaço aos mais proeminentes “stakeholders” do setor, sejam eles indivíduos, empresas, instituições ou entidades académicas.
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CAMINHO DA ELECTRIFICAÇÃO<br />
Qual a melhor<br />
solução<br />
ICE, HEV ou BEV?<br />
Nos últimos anos a frota automóvel nacional tem vindo a<br />
electrificar-se. As exigências de redução das emissões impostas<br />
pela legislação e controladas pelo WLTP, obrigaram todas as<br />
marca automóveis a incluir na gama dos seus veículos a oferta de<br />
modelos com motorização híbrida ou eléctrica pura.<br />
Apesar dos ainda elevados<br />
preços das motorizações<br />
eléctricas, os apoios fiscais<br />
dados são tentadores<br />
para promover a aquisição<br />
de uma viatura que, para além de<br />
consumir uma energia mais barata por<br />
quilómetro percorrido, ainda permite ao<br />
seu utilizador contribuir como cidadão<br />
para a protecção do meio ambiente e da<br />
natureza.<br />
No entanto, possuir ou conduzir uma<br />
viatura 100% eléctrica não está ainda<br />
ao alcance de muitos condutores<br />
pelos mais variados motivos. Talvez a<br />
primeira circunstância que inibe o uso<br />
desta tipologia de veículo, se prenda<br />
com a disponibilidade de um local para<br />
carregamento privado. Se utiliza o carro<br />
como ferramenta de trabalho, ou tem<br />
um carregador na garagem – e para isso<br />
tem de ter garagem – ou tem de ter um<br />
disponível no local de trabalho. Se tem<br />
uma função comercial, viajante, e só<br />
puder contar com a rede de carregadores<br />
pública para «atestar» o carro, então<br />
poderá ter uma enorme dor de cabeça.<br />
Outro motivo, normalmente associado<br />
à dificuldade da aquisição ou uso do<br />
automóvel 100% eléctrico, prende-se<br />
com a autonomia. Vendo bem, não será<br />
realmente um problema de autonomia,<br />
pois muitos dos carros de bateria elétrica<br />
(BEV), recarregáveis em tomada, até<br />
ANTÓNIO MACEDO<br />
CR&M Formação<br />
já possuem uma autonomia próxima ou<br />
até superior a alguns veículos com motor<br />
de combustão. Com cerca de 350 a<br />
550 quilómetros de autonomia, não será<br />
impedimento para nenhuma viagem.<br />
Para o condutor que usa o carro em<br />
movimentos pendulares até 150 kms<br />
por dia e tem forma de o carregar em<br />
casa, esta é a melhor solução, pois terá<br />
um custo de energia (com impostos)<br />
próximo de 1 euro aos 100kms e muito<br />
baixos custos de manutenção. Não<br />
muda de óleo nem filtros, e como terá<br />
uma condução mais suave pode reduzir<br />
o desgaste dos pneus e das pastilhas de<br />
travão, pois o carro regenera energia na<br />
O problema da «autonomia»<br />
normalmente resulta da<br />
indisponibilidade<br />
de postos de abastecimento<br />
aliadaa um tempo<br />
de carga elevado<br />
travagem. O problema da «autonomia»<br />
normalmente resulta da indisponibilidade<br />
de postos de abastecimento aliada a<br />
um tempo de carga elevado.<br />
Claro que para o «apaixonado» proprietário<br />
de um carro eléctrico, este não é um<br />
problema, pois já se encontra disponível<br />
uma rede de carregadores um pouco por<br />
todo o país e se as viagens forem planeadas<br />
para que as pausas de condução,<br />
ou para que as visitas comerciais ou as<br />
refeições coincidam com os momentos de<br />
carga, com paciência e alguma calma não<br />
há viagem que fique por fazer.<br />
Para outros o problema será não a falta<br />
de carregadores nem a autonomia dos<br />
veículos mas a disponibilização dos carregadores.<br />
Muitas vezes os carregadores<br />
públicos estão avariados, inoperacionais<br />
ou apenas ocupados com um carro que,<br />
depois de carregado, ficou estacionado<br />
no posto. Às vezes vemos que um<br />
carro, que nem sequer é eléctrico, está<br />
a ocupar o único lugar disponível no<br />
carregador, situação vulgar em parques<br />
de centros comerciais e nalguns locais<br />
nos centros urbanos.<br />
Mas se a sua paixão é o carro eléctrico<br />
e quer mesmo diminuir a sua pegada<br />
carbónica então tem duas opções de<br />
motorização que ajudam a poupar na<br />
energia fóssil e lhe retiram a «ansiedade<br />
da autonomia», o veículo híbrido<br />
(HEV) que combina um motor térmico<br />
com um motor eléctrico, reduzindo os<br />
consumos e aumentando a potência<br />
nos momentos de esforço, e o híbrido<br />
“plugin” (PHEV), ou seja, de “ligar à<br />
tomada”, que permite mesmo circu-<br />
DISPONIBILIDADE<br />
DE CARREGADORES<br />
Muitas vezes os carregadores<br />
públicos estão avariados,<br />
inoperacionais ou apenas<br />
ocupados com um carro que,<br />
depois de carregado, ficou<br />
estacionado no posto<br />
lar quase 50 quilómetros em modo<br />
100% eléctrico, nunca ficando parado<br />
por falta de electricidade pois possui<br />
motor térmico (ICE) que trabalha em<br />
conjunto ou independente, sempre<br />
que necessário, e com um depósito de<br />
combustível que leva poucos minutos<br />
a encher. Esta é a melhor solução para<br />
quem usa maioritariamente o veículo de<br />
forma pendular em trajectos até 50 km<br />
e que tenha de se deslocar com alguma<br />
frequência em viagens mais longas, sem<br />
garantia de ter postos de carregamento<br />
nos locais de destino.+<br />
Nota: este texto está escrito no português<br />
sem acordo ortográfico por opção do autor.<br />
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