PME Magazine - Edição 30 - Outubro 2023

MARKETING
culturais dos seus mercados-alvo. Estes
poderão ajudar a colmatar as lacunas
culturais e garantir que as campanhas são
apelativas para as audiências locais.
Dependendo do tipo de campanha, a
formação de parcerias com empresas ou
agências locais pode ser altamente benéfica.
Estes parceiros locais podem fornecer
informações valiosas e apoio no terreno de
forma a aumentar a eficácia das campanhas
que queremos implementar. Podem ajudar
a navegar pelos requisitos regulamentares,
contactar com influenciadores e adaptar
os conteúdos aos interesses do nosso
público-alvo.
Por último, mas um must have em qualquer
campanha digital, temos de analisar os
resultados de todas as ações que tomamos.
No entanto, medir o sucesso de campanhas
digitais internacionais requer uma abordagem
um pouco diferente. Embora os
“As redes sociais,
os motores de
pesquisa e as
plataformas
de partilha
de conteúdos
tornaram
possível às
empresas
interagir com
potenciais
clientes em
qualquer parte
do mundo”
Gonçalo Figueira,
digital marketer
indicadores-chave de desempenho (KPI),
como as taxas de cliques, as conversões
e as métricas de envolvimento, sejam
importantes, devem ser sempre analisados
no contexto dos desafios e oportunidades
de cada mercado. É perfeitamente natural
que até existam KPI diferentes para cada
uma das localizações para as quais estamos
a comunicar.
Para este efeito, os profissionais recorrem
muitas vezes a ferramentas de analytics
de forma a trabalhar os dados recolhidos,
mas a maioria das plataformas de publicidade
online já oferece informação sobre a
performance das campanhas que estão a
ser executadas, mesmo que de forma mais
elementar.
É ainda crucial monitorizar o sentimento
da marca e o feedback dos clientes para avaliar
o impacto da campanha no público-alvo.
Com isto quero dizer que existem alguns
indicadores que podem não ser medidos
de forma quantitativa através dos dados da
plataforma, mas sim analisando qualitativamente
a performance da campanha.
Caso prático internacional
A teoria é mais fácil de compreender
através de um caso real executado pela
agência Media em Movimento. A nossa
equipa foi contratada para criar e gerir
uma campanha de paid media para um
encontro de startups a nível mundial. O
objetivo passou por alcançar o público-
-alvo, definido pelo cliente em 25 países
diferentes, utilizando as plataformas de
publicidade Google e LinkedIn. O budget
era em dólares.
A estratégia consistiu numa divisão
dos conteúdos em três fases: awareness
do conceito, detalhes sobre o evento e
conteúdo para preenchimento do formulário
de inscrição, sendo este último o objetivo
central da campanha.
Em cada uma destas três fases, os conteúdos
foram adaptados a cada região para que
as peças de comunicação fossem o mais
relevantes possível.
Existiram imagens que só funcionavam
em certos países e houve algumas regiões
onde não fazia sequer sentido comunicar
com imagens. Para que fosse possível
adaptar todos estes conteúdos, foi feita
uma análise prévia que consistiu numa
pesquisa exaustiva de palavras-chave e
num estudo de mercado de forma a entender
melhor de que forma atingir cada um
dos targets definidos. Por fim, toda esta
personalização foi gerida constantemente
ao longo da campanha, algo fundamental
para que todas as ações fossem analisadas
e reestruturadas, se necessário. Não há
problema algum em retirar uma abordagem
que não esteja a resultar ou em investir mais
em algo que tenha uma boa performance.
Importa sim, testar e reagir rapidamente.
Deste modo, as campanhas digitais
internacionais são uma ferramenta poderosa
para empresas e organizações que procuram
expandir a sua presença global.
A verdade é que o sucesso dos mercados
internacionais é muitas vezes desafiante e
algumas empresas acabam por não conseguir
alcançar os resultados esperados. No
entanto, se segmentarmos o nosso público,
criarmos mensagens personalizadas e
experimentarmos diferentes formatos
de conteúdo, certamente estaremos mais
perto de cumprir os objetivos propostos.
Outubro de 2023
pmemagazine.sapo.pt
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