OPINIÃO CRESCER COM A INTERNACIONALIZAÇÃO Texto: Alexandre Meireles, Presidente da ANJE – Associação Nacional de Jovens Empresários Fotografia: D. R. N um país cujo tecido empresarial é quase 100% constituído por <strong>PME</strong>, as startups são uma importante alavanca para a inovação. A internacionalização é um fator crítico de crescimento da economia portuguesa, considerando a exiguidade do mercado doméstico e o baixo poder de compra dos consumidores. Para as empresas, a melhor via para crescerem é a exportação de bens e serviços, a realização de investimentos no exterior ou até a abertura de escritórios, sucursais ou unidades de produção em mercados com potencial. Embora a internacionalização não se resuma à atividade exportadora, a verdade é que a venda de produtos ao exterior e a capacidade de ganhar quotas de mercado noutros países são dois indicadores da dimensão internacional das economias. Ora, neste particular, Portugal pode orgulhar-se do crescimento brutal do seu dinamismo exportador. No início dos anos 2000, as exportações representavam pouco mais de <strong>30</strong>% do PIB. Hoje, têm um peso no PIB de quase 50%, sendo o principal motor da economia portuguesa. Para aumentar o impacto das exportações, importa evoluir de um modelo económico baseado na procura interna para um paradigma assente na oferta. Isto implica aumentar a produção de bens transacionáveis, de forma, por um lado, a abastecer o mercado doméstico e consequentemente a reduzir as importações do país e, por outro, a promover o crescimento das exportações e dos seus recursos endógenos incorporados. Sublinhe-se que o incremento das exportações passa, em boa medida, pela modernização do tecido empresarial. As empresas devem apostar mais no talento, na tecnologia e na inovação. Este trinómio afigura-se essencial para obter ganhos de produtividade, otimizar a gestão das empresas e desenvolver bens e serviços de valor acrescentado, com maior qualidade, diferenciação e por isso mais competitivos. Convicta disto mesmo, a ANJE tem-se empenhado em promover a internacionalização das empresas, sobretudo organizando missões empresariais em mercados estratégicos e desenvolvendo ações de capacitação e formação em áreas críticas para a internacionalização, como a transição digital, a liderança, a governance, o marketing e vendas ou o coaching. Acresce que a ANJE integra várias organizações de promoção do empreendedorismo jovem na Europa, Ásia, Américas e países lusófonos. A presença da ANJE nestas plataformas de cooperação transnacional, como a Yes for Europe, permite aos jovens empresários o contacto com outras realidades socioeconómicas, a partilha de experiências, o benchmarking de boas práticas, o intercâmbio de conhecimento, a troca de contactos e o desenvolvimento de networking. A ANJE é de facto um parceiro das empresas nos seus processos de internacionalização, consciente que está da importância deste fator para a adoção de um modelo de crescimento económico mais sólido, inteligente e sustentável no país. 50 <strong>Outubro</strong> de <strong>2023</strong> pmemagazine.sapo.pt
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