PME Magazine - Edição 30 - Outubro 2023
A edição de outubro da PME Magazine é dedicada à internacionalização.
A edição de outubro da PME Magazine é dedicada à internacionalização.
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OPINIÃO<br />
CRESCER COM<br />
A INTERNACIONALIZAÇÃO<br />
Texto:<br />
Alexandre<br />
Meireles,<br />
Presidente<br />
da ANJE –<br />
Associação<br />
Nacional<br />
de Jovens<br />
Empresários<br />
Fotografia:<br />
D. R.<br />
N<br />
um país cujo tecido empresarial é<br />
quase 100% constituído por <strong>PME</strong>,<br />
as startups são uma importante<br />
alavanca para a inovação.<br />
A internacionalização é um fator crítico<br />
de crescimento da economia portuguesa,<br />
considerando a exiguidade do mercado<br />
doméstico e o baixo poder de compra dos<br />
consumidores. Para as empresas, a melhor<br />
via para crescerem é a exportação de bens<br />
e serviços, a realização de investimentos<br />
no exterior ou até a abertura de escritórios,<br />
sucursais ou unidades de produção em<br />
mercados com potencial.<br />
Embora a internacionalização não se<br />
resuma à atividade exportadora, a verdade<br />
é que a venda de produtos ao exterior e a<br />
capacidade de ganhar quotas de mercado<br />
noutros países são dois indicadores da<br />
dimensão internacional das economias. Ora,<br />
neste particular, Portugal pode orgulhar-se<br />
do crescimento brutal do seu dinamismo<br />
exportador. No início dos anos 2000, as<br />
exportações representavam pouco mais<br />
de <strong>30</strong>% do PIB. Hoje, têm um peso no PIB<br />
de quase 50%, sendo o principal motor da<br />
economia portuguesa. Para aumentar o<br />
impacto das exportações, importa evoluir de<br />
um modelo económico baseado na procura<br />
interna para um paradigma assente na<br />
oferta. Isto implica aumentar a produção<br />
de bens transacionáveis, de forma, por um<br />
lado, a abastecer o mercado doméstico e<br />
consequentemente a reduzir as importações<br />
do país e, por outro, a promover o<br />
crescimento das exportações e dos seus<br />
recursos endógenos incorporados.<br />
Sublinhe-se que o incremento das<br />
exportações passa, em boa medida, pela<br />
modernização do tecido empresarial. As<br />
empresas devem apostar mais no talento,<br />
na tecnologia e na inovação. Este trinómio<br />
afigura-se essencial para obter ganhos<br />
de produtividade, otimizar a gestão das<br />
empresas e desenvolver bens e serviços de<br />
valor acrescentado, com maior qualidade,<br />
diferenciação e por isso mais competitivos.<br />
Convicta disto mesmo, a ANJE tem-se<br />
empenhado em promover a internacionalização<br />
das empresas, sobretudo organizando<br />
missões empresariais em mercados estratégicos<br />
e desenvolvendo ações de capacitação<br />
e formação em áreas críticas para a internacionalização, como a<br />
transição digital, a liderança, a governance, o marketing e vendas<br />
ou o coaching.<br />
Acresce que a ANJE integra várias organizações de promoção<br />
do empreendedorismo jovem na Europa, Ásia, Américas e países<br />
lusófonos. A presença da ANJE nestas plataformas de cooperação<br />
transnacional, como a Yes for Europe, permite aos jovens empresários<br />
o contacto com outras realidades socioeconómicas, a partilha<br />
de experiências, o benchmarking de boas práticas, o intercâmbio<br />
de conhecimento, a troca de contactos e o desenvolvimento de<br />
networking.<br />
A ANJE é de facto um parceiro das empresas nos seus processos<br />
de internacionalização, consciente que está da importância deste<br />
fator para a adoção de um modelo de crescimento económico mais<br />
sólido, inteligente e sustentável no país.<br />
50<br />
<strong>Outubro</strong> de <strong>2023</strong><br />
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