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edição de 8 de janeiro de 2024

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esg no mkt<br />

Alê Oliveira<br />

ESG: o que<br />

esperar em <strong>2024</strong>?<br />

Os produtores rurais “<strong>de</strong>scobriram” que adotar<br />

práticas sustentáveis garante maior produtivida<strong>de</strong><br />

Alexis Thuller Pagliarini<br />

Um início <strong>de</strong> ano é sempre um momento <strong>de</strong> muita<br />

reflexão e <strong>de</strong> colocar os planos em ação. E qual é o<br />

pano <strong>de</strong> fundo <strong>de</strong>ste ano que acaba <strong>de</strong> começar?<br />

Vou restringir uma análise sob a ótica dos princípios<br />

ESG, ok?<br />

Pois bem, <strong>de</strong>pois da gran<strong>de</strong> conquista da reforma<br />

tributária e do estabelecimento <strong>de</strong> um novo arcabouço<br />

fiscal, espera-se que o governo concentre maior atenção<br />

às questões ambientais, principalmente nas oportunida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong>correntes da transição energética e do comércio<br />

<strong>de</strong> créditos <strong>de</strong> carbono.<br />

O mundo inteiro está empenhado em rever sua matriz<br />

energética para fazer frente às <strong>de</strong>mandas por menores<br />

emissões <strong>de</strong> GEE (gases <strong>de</strong> efeito estufa) e o Brasil já<br />

largou na frente nessa corrida.<br />

Graças à aposta em hidrelétricas e, mais recentemente,<br />

em biomassa, etanol, e fontes eólicas e solares,<br />

nosso país já apresenta uma matriz energética invejável,<br />

com quase meta<strong>de</strong> gerada por fontes renováveis.<br />

Em termos <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong>, então, mais <strong>de</strong> 90% da<br />

energia utilizada veio <strong>de</strong> fontes renováveis nos últimos<br />

dois anos. O potencial <strong>de</strong> produção do hidrogênio ver<strong>de</strong><br />

reforça essa posição privilegiada.<br />

Essa condição gera um diferencial competitivo inegável,<br />

que certamente – esperamos – será levado em<br />

consi<strong>de</strong>ração nas ações governamentais este ano.<br />

A li<strong>de</strong>rança do G20 e a preparação para a COP 30,<br />

que será sediada em Belém no próximo ano, vai exigir<br />

uma atenção especial dos governantes e isso trará um<br />

avanço, que refletirá em toda a economia, envolvendo<br />

as ca<strong>de</strong>ias produtivas.<br />

A tal neoindustrialização brasileira passa obrigatoriamente<br />

pela energia ver<strong>de</strong> e temos um campo fértil nessa<br />

área. Entramos em <strong>2024</strong> com uma regulamentação <strong>de</strong><br />

mercado <strong>de</strong> carbono no Brasil.<br />

A regulamentação prevê um teto para a emissão <strong>de</strong><br />

gás carbônico em <strong>de</strong>terminadas ativida<strong>de</strong>s produtivas.<br />

Para que uma empresa ultrapasse o teto, precisará comprar<br />

cotas <strong>de</strong> outra que não tenha usado todo o seu limite,<br />

no chamado comércio <strong>de</strong> permissões <strong>de</strong> emissões.<br />

Essas cotas po<strong>de</strong>rão ser negociadas pelas companhias<br />

brasileiras também no exterior. O Brasil aguarda ainda a<br />

regulamentação internacional, que po<strong>de</strong>rá representar<br />

mais um potencial <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> divisas, em função da<br />

nossa incomparável cobertura vegetal.<br />

Ou seja, po<strong>de</strong>remos ven<strong>de</strong>r créditos para países que<br />

já exce<strong>de</strong>m limites <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> GEE. Por conta da nossa<br />

imensa atuação agropecuária, somos gran<strong>de</strong>s emissores<br />

<strong>de</strong> GEE também, mas temos um saldo positivo,<br />

quando comparados aos países mais <strong>de</strong>senvolvidos.<br />

Vale <strong>de</strong>stacar a crescente importância dada pela<br />

agropecuária brasileira aos processos ambientalmente<br />

responsáveis. Isso está se dando não necessariamente<br />

por consciência, mas por produtivida<strong>de</strong>.<br />

Os produtores rurais “<strong>de</strong>scobriram” que adotar práticas<br />

sustentáveis garante maior produtivida<strong>de</strong> e, consequentemente,<br />

mais dinheiro.<br />

De qualquer maneira, o Brasil tem o compromisso,<br />

assinado no Acordo <strong>de</strong> Paris, <strong>de</strong> recuperar 12 milhões <strong>de</strong><br />

hectares <strong>de</strong> florestas até 2030. Essa <strong>de</strong>manda gera uma<br />

gran<strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>, em si: recuperar áreas <strong>de</strong>gradadas<br />

vai dar dinheiro!<br />

Voltando ao campo da energia, o Brasil iniciou <strong>2024</strong><br />

com uma redução significativa do patamar mínimo <strong>de</strong><br />

consumo <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> para entrar no Mercado Livre<br />

<strong>de</strong> Energia.<br />

Antes era necessário um consumo mínimo <strong>de</strong> 500kW.<br />

Des<strong>de</strong> 1 <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong>ste ano, o consumo mínimo exigido<br />

caiu bastante, permitindo acesso a praticamente todos<br />

consumidores <strong>de</strong> alta ou média tensão do Grupo A.<br />

Isso po<strong>de</strong> significar uma redução <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 30% no<br />

custo da energia. Saindo do campo ambiental para o social,<br />

esperamos mais efetivida<strong>de</strong> na busca pela equida<strong>de</strong><br />

racial e <strong>de</strong> gêneros pelas empresas.<br />

Esperamos também a incorporação dos critérios ESG<br />

na governança das empresas. Essa incorporação <strong>de</strong>verá<br />

ser cada vez mais natural, dando às variáveis ambientais<br />

e sociais o status <strong>de</strong> fundamentais <strong>de</strong>ntro do planejamento<br />

das empresas. Por tudo isso, esperamos um ano<br />

histórico para os critérios ESG. A ver...<br />

Alexis Thuller Pagliarini<br />

é sócio-fundador da ESG4<br />

alexis@criativista.com.br<br />

34 8 <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2024</strong> - jornal propmark

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