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Jesus_13-30

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Francisco Klörs Werneck <strong>Jesus</strong> dos <strong>13</strong> aos <strong>30</strong> Anos<br />

Nesse ínterim, Issa, que continuava a pregar de cidade em cidade, chegou a Jerusalém,<br />

cujos habitantes acorreram em massa ao seu encontro, ansiosos por ouvir de sua boca as<br />

palavras inflamadas com que ele havia mitigado os infortúnios das outras cidades de<br />

Israel.<br />

Os padres e os anciãos foram encarregados por Pilatos do julgamento do profeta no templo.<br />

Depois de ouvirem de sua própria boca a declaração de que não procurava levantar o povo<br />

de Israel contra as autoridades constituídas, mas que voltara de lugares distantes, onde<br />

fora habitar em criança, para recordar aos israelitas a fé de seus antepassados e o<br />

restabelecimento das leis mosaicas, eles se apresentaram ao governador romano e lhe<br />

comunicaram ter absolvido o pregador judeu pela falsidade das acusações que lhe eram<br />

imputadas.<br />

Pilatos, encolerizado com o procedimento dos veneráveis juízes, fez acompanhar o profeta<br />

de espiões encarregados de recolherem todas as palavras que ele dirigisse ao povo.<br />

Issa prosseguiu em sua missão pelas cidades vizinhas, indicando os verdadeiros caminhos<br />

do Criador, exortando os hebreus à paciência, prometendo-lhes uma pronta libertação e<br />

explicando àqueles em que reconhecia assoldadados pelo governador que todos eles não<br />

seriam libertos do poder de César mas dos erros grosseiros em que as suas almas viviam<br />

mergulhadas.<br />

Três anos durou o ministério de Issa. A sua popularidade crescia e era tido como o Messias<br />

libertador anunciado pelos profetas. O governador romano, a quem os espiões declararam<br />

nada ter ouvido que parecesse uma instigação à revolta contra as autoridades constituídas,<br />

encarregou os soldados de o prenderem e conduzirem a um subterrâneo onde foi torturado<br />

na intenção de se lhe arrancar uma confissão comprometedora. Os sacerdotes e os anciãos,<br />

informados dos martírios infligidos ao seu profeta e da resistência heróica oposta a todos<br />

os meios empregados para fazê-lo falar, dirigiram-se ao governador romano com o pedido<br />

de o mandar pôr em liberdade na ocasião da festa da Páscoa, que se aproximava. Pilatos<br />

recusou peremptoriamente a ceder aos pedidos dos velhos sacerdotes, mas consentiu em<br />

que Issa comparecesse diante do Tribunal dos Anciãos para ser, em definitivo, julgado<br />

antes da próxima festa.<br />

Fizeram-no retirar da prisão, em lastimável estado de fraqueza, por motivo das torturas<br />

sofridas. Sentado entre dois ladrões,. que deviam ser julgados ao mesmo tempo para atenuar<br />

a importância de um acontecimento que apaixonava a população, diante do governador<br />

romano, que presidia o Tribunal, e dos principais capitães, sacerdotes, sábios anciãos e<br />

legistas, Issa foi submetido a um longo interrogatório do qual sobressaiu sua completa<br />

inocência. O governador, irritado com a altivez de suas respostas, exigiu que os juízes<br />

pronunciassem a pena capital. Os anciãos recusaram proferir essa sentença iníqua diante<br />

das declarações ouvidas de todos. Pilatos recorre ao derradeiro expediente que o seu espírito<br />

imaginara, para não deixar escapar a presa. Manda adiantar um dos seus espiões, que<br />

afirma ter ouvido do profeta a anunciação do reino de Israel sobre a terra do qual Issa se<br />

intitulava Chefe Supremo.<br />

A cena narrada pelas crônicas budistas é de uma grandeza serena e única na história.<br />

“Sereis perdoado”, disse o profeta ao traidor, “porque o que dizeis não vem de vós”, e,<br />

depois, dirigindo-se a Pilatos: “Por quê humilhais vossa dignidade e induzis vossos inferiores<br />

à mentira, quando, sem ela, tendes o poder de condenar um inocente?” A estas palavras,<br />

Pilatos, esquecido do seu cargo, exigiu dos Anciãos a condenação de Issa e a absolvição<br />

dos dois ladrões.<br />

<strong>13</strong>

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