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Francisco Klörs Werneck <strong>Jesus</strong> dos <strong>13</strong> aos <strong>30</strong> Anos<br />
(Transcrição de trecho do artigo<br />
“Teria <strong>Jesus</strong> vivido na Inglaterra?”, de André Cehesse,<br />
publicado ria edição de 23-7-1958,<br />
de “O Globo”, do Rio de Janeiro)<br />
Reproduzimos a seguir o trecho principal do artigo supracitado, deixando para o fim<br />
algo que podemos adicionar ao que foi dito. Ei-lo:<br />
A decifração e tradução dos manuscritos antigos, encontrados, há alguns anos, por modesto<br />
pastor numa gruta próxima do mar Morto, são acompanhados na Inglaterra com um tal<br />
interesse que muitas vezes toca as raias da paixão.<br />
Uma estranha teoria acrescenta um elemento de curiosidade a estes problemas teológicos.<br />
Em alguns meios eclesiásticos ou não, espera-se que essas relações, escritas no decorrer<br />
dos primeiros séculos de nossa era, venham confirmar que <strong>Jesus</strong> esteve na Inglaterra,<br />
conforme alguns pretendem.<br />
Trata-se, com efeito, menos de uma lenda do que de uma tradição secular da Cornualha,<br />
tradição que, convém assinalar, é apoiada por dados muito precisos e curiosos.<br />
Um estudo aprofundado dos Evangelhos e dos textos sagrados não nos faculta,<br />
naturalmente, o menor esclarecimento que venha patrocinar ou anular esta tese. Porém, na<br />
realidade, não sabemos da vida de Cristo no decorrer dos dezoito anos de sua existência<br />
transcorridos depois que ele atingiu os doze anos de idade.<br />
Não nos esqueçamos também de que <strong>Jesus</strong> foi sobrinho de José de Arimatéia, o mesmo<br />
que reclamou seu corpo a fim de dar-lhe uma sepultura condigna.<br />
Ora, Arimatéia era um rico mercador cujos navios singravam o Mediterrâneo em todos os<br />
sentidos. É, pois, provável que <strong>Jesus</strong> menino tenha acompanhado o tio numa dessas viagens.<br />
É que o navio, transpondo o estreito de Gibraltar e subindo para o norte, tenha feito escala<br />
na Cornualha.<br />
Não há nesta suposição nada de extraordinário, pois naquela época vários foram os<br />
navegadores que não só tocaram as costas da Inglaterra como ainda subiram os largos<br />
estuários dos rios. Os trabalhos dos ferreiros britânicos eram então muito apreciados em<br />
Roma e em todos os países do Levante.<br />
De acordo com a tradição, <strong>Jesus</strong> deve ter residido entre modestos ferreiros, fornecedores<br />
ou fregueses do seu tio. E ele teria aproveitado sua estada na Cornualha para visitar a<br />
região, instruir-se com os druidas, estacionando em várias aldeias que ainda existem.<br />
Ao término de alguns meses ou de alguns anos, <strong>Jesus</strong> seria encontrado, no seu país natal,<br />
com seu tio José de Arimatéia.<br />
Em todas as regiões do oeste da Grã-Bretanha, não somente na Cornulha como também<br />
em Somerset, e principalmente ao longo da costa, torna-se a encontrar essa curiosa tradição,<br />
de acordo com a qual Cristo deve ter vivido na Inglaterra.<br />
No começo da era cristã, na pequena região de Glastonbury, existiu uma igreja construída<br />
pelo próprio Cristo, a qual, evidentemente, desapareceu há muito tempo e foi substituída<br />
por uma capela mais moderna.<br />
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