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Francisco Klörs Werneck <strong>Jesus</strong> dos <strong>13</strong> aos <strong>30</strong> Anos<br />
Segundo este notável escritor, toda a documentação por ele copiada e resumida em sua<br />
citada obra, cujas edições foram em grande parte queimadas na Rússia e em Paris pelo clero<br />
interessado, se acha, entretanto, conservada nos templos de Lhassa, para onde foi levado cerca de<br />
200 anos após a morte de <strong>Jesus</strong>, da qual é também ali falada e igualmente é encontrada em<br />
Bombaim e na própria Biblioteca do Vaticano.<br />
A história parece ter seu cunho de verdade se compararmos as palavras, as sentenças,<br />
as parábolas, os atos de <strong>Jesus</strong> com os ensinos da doutrina de Buda, onde elas se encontram em<br />
toda sua pureza, e do que faremos adiante uma vasta comparação.<br />
Também, segundo Saint-Yves,<br />
<strong>Jesus</strong> foi iniciado no Agartha, no Tibet, e sua doutrina é saturada da budista, que ele<br />
soube adaptar à mosaica e de acordo com a mentalidade e os costumes de seu povo.<br />
Por outro lado, confrontando-se Notovitch com Schuré, ex-discípulo de Saint-Yves, este<br />
escritor faz supor que, da idade de 29 para <strong>30</strong> anos, <strong>Jesus</strong> havia se recolhido ao templo<br />
que funcionava em Engaddi, perto de Belém, nas margens do Mar Morto, e que era dirigido<br />
por Essênios (Assaya em siríaco, que significa Médico, Terapeuta), os quais tinham por<br />
missão curar doenças físicas e morais. Era o resto de uma casta sacerdotal pertencente a<br />
confrarias de profetas instituídas ali por Samuel, o qual, por sua vez, era filiado às doutrinas<br />
de Rama.<br />
Proibiam o matrimônio e a guerra; recomendavam o amor a Deus e ao próximo e ensinavam<br />
a imortalidade da alma; formavam uma singular associação moral e religiosa e viviam<br />
numa espécie de mosteiros (Koinobions), pondo seus bens em comum e entregando-se à<br />
agricultura.<br />
Eram opostos aos Saduceus, que negavam a imortalidade da alma. Há grande analogia<br />
entre essa seita e os primitivos cristãos. Tinham, porém, muitas idéias e práticas budistas.<br />
O título de irmão usado na igreja primitiva é de origem essênia.<br />
Segundo F. Delaunay, os essênios surgiram 159 anos antes de J. C. nas cercanias da<br />
cidade dos Patriarcas, ao norte de Engaddi, não longe, portanto, de Belém, onde se achavam<br />
disseminados seus templos.<br />
Plínio, por sua vez, relata que os essênios eram budistas.<br />
Paramos aqui para citar outro autor não menos erudito, ou seja um grande orientalista,<br />
como Louis Jacolliot.<br />
45<br />
(Passagem de “La Biblia en la India”<br />
de Louis Jacolliot, Editorial Araujo,<br />
Buenos Aires, Argentina, págs. 341-3)<br />
Louis Jacolliot, indianista e escritor francês de primeira plana, nasceu em Charolles<br />
por volta de 1837 e faleceu em Saint-Thibault-les-Vignes no ano de 1890, Doutorou-se em<br />
jurisprudência ainda muito jovem e partiu para a Índia, cujos mistérios constituíram a vocação<br />
absorvente de sua vida.<br />
Em Chandernagor, lugar onde escreveu o original francês de La Bible dans l’Inde, foi<br />
Presidente do Tribunal de Justiça e se destacou como um espírito largo e generoso. O tratamento<br />
de pundit-sahib (senhor da justiça), que lhe deram naquela ocasião, bem mostra seu fervor humano<br />
e sua preocupação pela eqüidade e a verdade.