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Francisco Klörs Werneck <strong>Jesus</strong> dos <strong>13</strong> aos <strong>30</strong> Anos<br />
Sua escrita habitual era vagarosa ao passo que, quando escrevia automaticamente, era<br />
muito rápida, até mesmo veloz. Já em março de 1926, contavam-se 1750 palavras escritas em<br />
apenas uma hora e quinze minutos. Sua principal produção mediúnica foi de assuntos dos tempos<br />
apostólicos, como Francisco Cândido Xavier que nos deu: “Há 2000 anos”, “50 anos depois”, “Ave<br />
Cristo”, “O sinal da vitória” e “Paulo e Estevão”, obras ditadas pelo espírito de Emmanuel, que, em<br />
existência anterior, foi um sacerdote católico e que, em certo sentido, não poderia deixar de pender<br />
para a sua última religião terrena.<br />
O primeiro livro mediúnico recebido pela srta. Cummins foi “Os escritos de Cleofas’, que<br />
suplementa os Atos dos Apóstolos e as Epístolas de São Paulo. É uma narrativa histórica da igreja<br />
primitiva e do trabalho dos apóstolos de logo após a morte de <strong>Jesus</strong> até a partida de Paulo de<br />
Beréia para Atenas.<br />
Na sua segunda obra “Paulo em-Atenas”, a narrativa é retomada e continuada. A terceira,<br />
“Os grandes dias de Éfeso”, segue a mesma linha de pensamento. A produção desses escritos<br />
automáticos foi testemunhada por eminentes teólogos e outras autoridades e esclareceu muitas<br />
passagens obscuras dos Evangelhos. Recebeu ela, além de várias outras, sobre diferentes assuntos<br />
de fundo espírita, a pequena obra “Apelo para o César” e ainda “A infância de <strong>Jesus</strong>” e esta que<br />
mencionei acima e que trata dos primeiros anos da vida de adulto de <strong>Jesus</strong>, o seu julgamento e a<br />
sua crucificação. “The manhood of <strong>Jesus</strong>” está prefaciada pelo Rev. B. A. Lestes, B. A. (Ôxon).<br />
Trata-se, em suma, de uma médium altamente credenciada e respeitada, mesmo por<br />
autoridades eclesiásticas, e muito lhe deve o Espiritismo na Inglaterra.<br />
Passo, finalmente, à transcrição acima prometida. Ei-la, em tradução:<br />
Os Fariseus, os Saduceus e os Essênios adoravam cada um deles a Deus, conforme sua<br />
própria maneira. Na época em que <strong>Jesus</strong> andava pela Galiléia, os Essênios eram em número<br />
de três ou quatro mil. Alguns moravam na cidade, embora permanecessem uma gente à<br />
parte. Outros viviam na comunidade local e alguns pensavam em Deus nos lugares desertos.<br />
Eles envergonhavam os Fariseus e os Saduceus pela nobreza e pureza de suas vidas. Não<br />
censuravam qualquer pessoa, mas entre si discutiam a respeito das práticas dos Fariseus<br />
e condenavam o oferecimento de animais em sacrifício no Templo de Sion. Não acreditavam<br />
que ritos e cerimônias externas fossem tudo desejado por Deus. Havia uma prática, porém,<br />
além da prece e do jejum, que lhes era preciosa. Eram cuidadosos na limpeza do corpo e<br />
banhavam-se muitas vezes diariamente. Esse era um sinal exterior de sua pureza interior,<br />
esse testemunho da alma que acreditavam levar com eles depois da morte, em sua rápida<br />
viagem para a região feliz, o Paraíso, no longínquo horizonte.<br />
Os Essênios não proferiam palavras profanas ou mundanas antes do nascimento do sol.<br />
Na hora escura que precede a madrugada, ajoelhavam-se e oravam até que o sol surgisse,<br />
quando entoavam o Canto da Luz Eterna, aquela Luz que emana da fronte de Deus e que,<br />
em majestade e beleza, alimenta toda vida. Mas se entregavam, em particular, a essa<br />
prática da prece e comunhão com Deus antes do nascer do sol, pois que acreditavam que,<br />
sempre na hora da morte, as almas dos fiéis viajavam para o Paraíso quando o sinal<br />
externo da Luz Eterna surgia em sua glória por cima de colinas e vales. A essa boa gente,<br />
portanto, a hora do levantar do sol era santa, um espaço de tempo concedido pela vontade<br />
divina ao viajante que se libertou da carne e do mal do mundo que condenavam inteiramente<br />
e de que pensavam livrar-se durante a sua vida.<br />
Os Fariseus e os Saduceus odiavam esses Filhos da Luz, mas a couraça da virtude deles<br />
não podia ser perfurada. Assim, embora esses homens desejassem a sua destruição, não<br />
achavam um meio de assalto com que pudessem abatê-los e destruir-lhes as comunidades.<br />
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