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Francisco Klörs Werneck <strong>Jesus</strong> dos <strong>13</strong> aos <strong>30</strong> Anos<br />
Os componentes da seita “Filhos da Luz” devem estar estreitamente unidos e amar-se<br />
profundamente. As virtudes a praticar são: o amor e a verdade, a pobreza e o desprezo<br />
pelas riquezas, a humildade e a modéstia, o amor ao próximo, a mais escrupulosa castidade,<br />
a expiação, o esforço para a perfeição e a procura de Deus. Que semelhança com os preceitos<br />
de <strong>Jesus</strong>! Talvez o amor ao próximo não seja tão perfeito como a doutrina de <strong>Jesus</strong>: “Amar<br />
aqueles que Deus escolheu e odiar os que Ele repudia”, quando, ao contrário, <strong>Jesus</strong><br />
disse: “Amai aos vossos inimigos, rogai pelos que vos perseguem”.<br />
Depois de uma advertência, os novos adeptos a iniciar-se desfilavam entre os sacerdotes e<br />
clérigos que pronunciavam bênçãos em louvor a Deus. Em seguida os sacerdotes<br />
enumeravam os benefícios de Deus para com Israel e os clérigos respondiam com a<br />
enumeração das ingratidões de Israel para com Deus.<br />
Os membros entregavam tudo à comunidade e se submetiam aos tribunais da seita. A<br />
Nova Aliança se acha, pois, bem separada do resto dos judeus.<br />
Em outro rolo, os Salmos de Ação de Graças da Nova Aliança, se encontra a idéia de<br />
resgate: “Porque Tu resgataste minh’alma da cova e do Sheol-Obdon. Tu me fizeste remontar<br />
ao cimo do mundo”. E também:<br />
- a idéia da esperança.... “e soube que ali existia a esperança para aquele que Tu formaste<br />
do pó e destinaste à eterna assembléia;<br />
- a idéia da utilidade dos sofrimentos para chegar ao bem. . . “porque estive no domínio da<br />
milícia” ... “então Tu agitas a alma do pobre no meio de atribulações sem conta e calamidades<br />
atrozes acompanharam os meus passos”.<br />
- a idéia de felicidade eterna... “e aqueles que caminham pela via grata ao Teu coração<br />
ficaram para todo o sempre”.<br />
- a idéia do amor divino... “a abundância do Seu amor para com todos os filhos de Sua<br />
benevolência”. Um documento descoberto em 1896 numa sinagoga do velho Cairo, publicado<br />
em 1910, compreende dois manuscritos copiados um no século X e o outro no século XII, os<br />
quais contêm admonitórios e a regra de uma seita chamada “Filhos de Sadoc”, termo<br />
empregado no Comentário de Habacuc e também “A Nova Aliança do país de Damasco”.<br />
Segundo o professor Dupont-Sommer, esse documento fica agora inteligível depois do<br />
descobrimento dos rolos do mar Morto. Encontram-se neles a mesma linguagem, o mesmo<br />
estilo e aproximadamente o mesmo conteúdo que no Comentário de Habacuc. Encontra-se<br />
também ali o advento do “Mestre da Justiça”, que se chama a si mesmo “O Ungido” (Messias,<br />
Cristo, em grego), a primeira visita do Mestre da Justiça, a que sem dúvida se relata no<br />
comentário, fora da destruição de Jerusalém. Também se faz alusão ao inimigo do Mestre,<br />
o homem burlão, o perseguidor do Mestre.<br />
É, pois, provável que se trate em Damasco, como na margem do Mar Morto, da mesma<br />
seita. No escrito de Damasco, a semelhança com o que seria mais tarde o Cristianismo, é<br />
surpreendente. Ali encontramos esta frase: “Deus fez conhecer, por meio de Seu Ungido, o<br />
Seu Espírito Santo”. Que semelhança com a trindade cristã!<br />
Registrou a história a existência da Nova Aliança? Flavius Josephus nos cita como seitas<br />
judaicas apenas os Fariseus, os Saduceus e os Essênios. Só esses últimos se parecem<br />
com os adeptos da Nova Aliança. Por outro lado, Plínio o antigo, falecido em 79 depois de<br />
<strong>Jesus</strong>-Cristo, conta que, no seu tempo, viviam, no oeste do Mar Morto, estranhos ascetas<br />
judeus “nação solitária”, sem mulheres, na renúncia de tudo o que fosse de Vênus, sem<br />
dinheiro, sem outra sociedade que as palmeiras. A esses ascetas Plínio chama Essênios.<br />
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