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Francisco Klörs Werneck <strong>Jesus</strong> dos <strong>13</strong> aos <strong>30</strong> Anos<br />
Simplesmente disto: que, na época em que o evangelho de Mateus foi traduzido, no<br />
grego, por São Jerônimo, esta fórmula ritual era conhecida pelos padres contemporâneos, pois<br />
ainda existia bom número de iniciados hierofantes. Dar uma tradução exata seria classificar <strong>Jesus</strong>,<br />
ipso facto, entre os iniciados do Egito. E isto é tão verdadeiro que, embora tenha existido, ou ainda<br />
com certeza exista nas câmaras secretas da biblioteca do Vaticano, nunca nos apresentaram o<br />
texto original hebraico de Mateus, e que São Jerônimo, depois de se ter servido dele para firmar<br />
sua própria tradução (que, na realidade, era uma adaptação muito abreviada), depois de nos ter<br />
dado, do texto que ele próprio fez, a tradução errada, atualmente em voga, trata de heréticos todos<br />
os outros comentários que não os seus e denuncia como heréticas todas as seitas cristãs ebionitas,<br />
gnósticas, cabalistas, cevirtas, etc., que se serviram do livro original hebreu de Mateus. Contudo,<br />
não se deve procurar a razão desse ostracismo no fato único que acabo de estudar, mas também<br />
nessa outra causa que o livro de Mateus provava a existência, no ensino crístico, de uma doutrina<br />
esotérica secreta que só devia ser conhecida por certos iniciados.<br />
35<br />
(Citação do livro “Cristianismo Místico”,<br />
do Yogi Ramacharaka, edição do<br />
Círculo Esotérico da Comunhão do<br />
Pensamento, 1926, págs. 79/83)<br />
Escreve Ramacharaka que, se não me engano, é o ocultista inglês William Walker<br />
Atkinson:<br />
Lendas e tradições de organizações e irmandades místicas e ocultistas nos dizem que,<br />
depois do acontecimento do Templo, onde os pais o encontraram no meio dos doutores,<br />
aproximaram-se de <strong>Jesus</strong> membros da organização secreta a que pertenciam os Magos e<br />
fizeram os pais ver que não convinha que <strong>Jesus</strong> ficasse recluso na carpintaria, quando<br />
tinha dado provas evidentes de um maravilhoso desenvolvimento espiritual e tão admirável<br />
compreensão intelectual de assuntos gravíssimos. Depois de longa e séria consideração,<br />
os progenitores de <strong>Jesus</strong> consentiram que ele seguisse o plano dos Magos e permitiramlhes<br />
levá-lo consigo para a sua terra e seus retiros a fim de receber ali as instruções que a<br />
sua alma anelava e para as quais a sua mente estava preparada”.<br />
É verdade que o Novo Testamento não corrobora essas lendas ocultistas, mas igualmente<br />
é verdade que nada diz de contrário; passa com o silêncio por cima deste importante período<br />
de dezessete anos. É notável que, quando <strong>Jesus</strong> apareceu no cenário da atividade de<br />
João, este não o conheceu e, se <strong>Jesus</strong> tivesse passado aqueles anos em casa, João, seu<br />
primo teria conhecido seus traços fisionômicos e sua aparência pessoal.<br />
Os ensinos ocultistas nos dizem que aqueles dezessete anos da vida de <strong>Jesus</strong>, a respeito<br />
dos quais os Evangelhos nada contam, foram aproveitados por ele para viagens a terras<br />
longínquas, onde adolescente e moço foi instruído na sabedoria e ciência das diferentes<br />
escolas. Segundo essas tradições, ele foi à Índia, ao Egito, à Pérsia e a outras regiões<br />
distantes, vivendo alguns anos em cada centro importante e sendo iniciado nas diversas<br />
irmandades, ordens e corporações que ali tinham suas sedes. Algumas tradições das ordens<br />
egípcias falam de um jovem Mestre que esteve entre os irmãos daquela terra e do mesmo<br />
modo há tradições análogas na Pérsia e na Índia.<br />
Entre as lamasarias ocultas do Tibet e nos montes Himalaias podem se encontrar lendas e<br />
histórias concernentes ao admirável Mestre que certa vez visitou tais paragens e observou<br />
sua sabedoria e ciência secreta.