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Jesus_13-30

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Francisco Klörs Werneck <strong>Jesus</strong> dos <strong>13</strong> aos <strong>30</strong> Anos<br />

Esta obra do rev. Howlett contém 28 capítulos, notas e um índice. Citamos 4 dos capítulos:<br />

o XIII - Analogias entre <strong>Jesus</strong> e os Essênios; XV - Interpretação das analogias e diferenças de<br />

doutrina verificadas entre <strong>Jesus</strong> e os Essênios; XVI - Analogias entre os Essênios e os primeiros<br />

Cristãos; e XVII - Interpretação das analogias existentes entre os Essênios e a Igreja dos primeiros<br />

cristãos.<br />

69<br />

(Parte do artigo de Tanneguy de<br />

Quénétain “Quem era <strong>Jesus</strong>?” publicado no<br />

n° 871, de 28-12-1968, de Manchete, do Rio de Janeiro)<br />

Sem nenhum comentário, deixando ao leitor o cuidado de comparar o que outros autores<br />

disseram a respeito, passo à transcrição do que interessa para o estudo das origens do Cristianismo:<br />

Sabe-se que <strong>Jesus</strong>, de acordo com os Evangelhos sinópticos, não celebrou a Páscoa na<br />

data oficial. Ele a celebrou antes de sua Paixão e morreu antes do começo da Páscoa legal<br />

que, naquele ano, caía num dia de sábado, ou seja, sexta-feira à tarde, ao cair do sol. Só<br />

havia um calendário em concorrência com o do Templo: o dos essênios. Mas, se <strong>Jesus</strong><br />

tivesse seguido o calendário essênico, não teria celebrado a festa na tarde de quinta-feira,<br />

mas na tarde de terça-feira. Uma erudita católica, Annie Jaubert, demonstrou, em um livro<br />

de cerrada documentação (A Data da Ceia), que <strong>Jesus</strong> obedecia ao calendário de Qumram,<br />

o qual celebra a Páscoa na tarde de terça-feira. E que a quinta-feira santa não faz parte da<br />

tradição cristã primitiva.<br />

Os essênios não participavam dos sacrifícios do Templo, mas tinham uma cerimônia à<br />

parte, que constituía o seu culto central: uma ceia presidida por um sacerdote, reservada<br />

apenas aos iniciados e que exigia a participação de dez pessoas pelo menos. Esta ceia<br />

sagrada, durante a qual o sacerdote benzia o pão e o vinho, era uma prefiguração do<br />

grande banquete messiânico que marcaria a chegada do Reino. Esta refeição diferente das<br />

liturgias domésticas dos judeus, presididas pelo chefe da família - é o embrião da ceia<br />

eucarística cristã. Com uma diferença essencial: para os essênios, o Messias ainda haveria<br />

de chegar; para os cristãos, ele já havia chegado na pessoa de <strong>Jesus</strong>, que preside a ceia.<br />

O banquete cristão realiza aquilo que o banquete essênio prefigura.<br />

As comunidades essênias eram impregnadas de uma atmosfera de exaltada espera do<br />

Messias, segundo testemunha a sua liturgia apocalíptica, e sua atitude contrasta com a da<br />

maioria dos fariseus, cujo ponto de vista está contido neste conselho de um rabino: ‘Se<br />

estás para fazer uma cerca e, se, neste momento, te anunciam a chegada do<br />

Messias, termina a tua cerca: terás bastante tempo para ir a seu encontro’.<br />

A opinião dos essênios sobre o Messias parece ter evoluído. Nos textos mais antigos são<br />

previstos dois Messias, um Messias-Sacerdote e um Messias-Rei. Mas em documentos<br />

mais recentes os dois Messias foram reunidos em um só. De acordo com o texto descoberto<br />

há pouco, e que é o horóscopo do Messias, está dito que ‘o eleito de Deus será por Ele<br />

feito’ - quer dizer, será seu filho. O arqueólogo Dupont-Sommer estabeleceu um paralelo<br />

entre este texto e a história dos Magos, os quais, segundo o Evangelho, foram guiados por<br />

uma estrela até Belém. Além do mais, a noção de um Messias ‘filho de Deus’ era aceita<br />

pelos essênios, antes que os saduceus e fariseus a renegassem como atentatória à majestade<br />

de um Deus único.

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