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Francisco Klörs Werneck <strong>Jesus</strong> dos <strong>13</strong> aos <strong>30</strong> Anos<br />
Origem do Nascimento Virginal de <strong>Jesus</strong><br />
As pessoas que tiveram a oportunidade de aprofundar o Espiritualismo, em seus vários<br />
ramos, aprenderam que era costume antigo considerar os fundadores de religiões como filhos de<br />
Deus, grandes avatares da Divindade e mesmo filhos de virgens, com nascimento sem concurso de<br />
pai terreno. E <strong>Jesus</strong> não escapou ao costume da época.<br />
Louis Jacolliot, que era juiz na antiga colônia francesa de Pondicherry, na Índia, teve<br />
ocasião de estudar profundamente a religião da antiga Índia e escreveu vários livros entre os quais<br />
um que tenho em mãos e que tem o título de “A Bíblia na Índia - Vida de Iezeus Cristna”. O<br />
exemplar, que tenho em mãos, leva o título em espanhol, já que foi publicado pela Editorial Araujo,<br />
de Buenos Aires, República Argentina, com quase 400 páginas de texto.<br />
Para não cansar os leitores, traduzo, a seguir, os principais e elucidativos trechos dele<br />
que condizem com o nascimento virginal de <strong>Jesus</strong>, notando, desde já, a semelhança do nascimento<br />
de um que viveu séculos antes do outro.<br />
Começo pelo capítulo VIII que tem o título de “Encarnações - Profecias anunciando a<br />
vida de Cristna”:<br />
Segundo a crença indiana, até o dia de hoje, nove vezes Deus veio à Terra: as oito primeiras<br />
vezes só foram curtas aparições da Divindade, vindo para renovar a santos personagens a<br />
presença de um Redentor feita a Adima e Heva depois do pecado; a nona só é uma<br />
encarnação, isto é, a realização da predição de Brama. Esta encarnação é a de Cristna,<br />
filho da virgem Devanagu.<br />
Passando ao capítulo IX, de título “Nascimento da virgem Devanaguy segundo a Bagavad-<br />
Gîtâ e as tradições bramânicas”, tomo o seguinte e longo trecho:<br />
Chegamos a esta maravilhosa encarnação indiana, a primeira quanto ao tempo, entre todas<br />
as encarnações do globo, a primeira que veio recordar aos homens as verdades imortais<br />
depositadas por Deus na consciência humana e que as lutas do despotismo e da intolerância<br />
conseguem muito amiúde ocultar.<br />
Vamos. narrar, simplesmente, seguindo as autoridades mais fidedignas, a vida da virgem<br />
Devanaguy e do seu divino filho, reservando, para mais adiante, todo comentário e toda<br />
comparação.<br />
Por volta do ano 3500 antes da era moderna, no palácio do rajá de Madura, pequena<br />
província da Índia Oriental, veio ao mundo uma menina cujo nascimento esteve rodeado de<br />
estranhos acontecimentos e de maravilhosos presságios.<br />
A irmã do rajá, mãe da menina, alguns dias antes da iluminação, teve um sonho, no qual,<br />
aparecendo-lhe Vishnu, em toda a magnificência de seu esplendor, lhe revelou os futuros<br />
destinos da que ia nascer.<br />
Darás à sua filha o nome de Devanaguy (em sânscrito, formada para Deus), disse à mãe,<br />
pois, por meio dela, os desígnios de Deus deviam realizar-se. Que nenhum alimento animal<br />
jamais toque os seus lábios; só o arroz, o mel e o leite devem fazer parte de sua alimentação.<br />
Sobretudo evita que nenhum homem se una a ela em matrimônio: morriam igualmente<br />
todos os que a tenham ajudado neste ato, antes de tê-lo realizado.<br />
A menina recebeu, ao nascer, o nome de Devanaguy, conforme lhe havia sido ordenado, e<br />
a sua mãe, temendo não poder cumprir as prescrições de Deus dadas no palácio de seu<br />
irmão, que era um malvado, a levou para a casa de um dos seus parentes chamado Nanda,<br />
senhor de uma pequena aldeia situada nas margens do Ganges e célebre pelas suas<br />
virtudes.<br />
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