1-136 - Universidade de Coimbra
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tado. Em geral, porém, a rapariga solteira,<br />
uma vez gravida, começa a temer que lhe<br />
<strong>de</strong>scubram o estado. Me<strong>de</strong> as responsabili-<br />
da<strong>de</strong>s da maternida<strong>de</strong>, e, não raro, preme-<br />
dita o aborto, quando não o infanticídio.<br />
E difficil, senão impossível, obter uma<br />
estatística sobre estes crimes visto que a<br />
prova raramente apparece. No numero re-<br />
lativamente profuso <strong>de</strong> participações que<br />
vão a juizo, poucos d'estes <strong>de</strong>lictos vão<br />
além da pesquisa indiciaria.<br />
Quando a penalida<strong>de</strong> exerce coacção<br />
bastante para evitar taes crimes ou a indole<br />
da seduzida se não adapta á i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> abor-<br />
tar, a mulher arca com as responsabilida<strong>de</strong>s<br />
da sua <strong>de</strong>shonra, sopesadas ás vezes pelo<br />
encargo d'uma filha a quem, por sua vez,<br />
pertence, dadas as condições do nascimen-<br />
to, a <strong>de</strong>gradação futura.<br />
E gran<strong>de</strong> entre nós a população illegi-<br />
tima — e esta alta resente-se na estatística<br />
que apresentamos sobre a tolerancia do Porto<br />
e Lisboa, da maneira mais frisante e ine-<br />
quívoca.<br />
Foi-nos impossível levantar a carta da<br />
illegitimida<strong>de</strong> em todo o paiz. Entretanto<br />
das investigações a que proce<strong>de</strong>mos po<strong>de</strong>-<br />
mos vêr que são no geral as cida<strong>de</strong>s quem