1-136 - Universidade de Coimbra

A camponeza apparece no registo tendo
passado por uma profissão intermedia —
geralmente a de serviçal domestica ou
creada. (i)
Além d'estas meretrizes que os registos
identificam pela profissão anterior, ha ainda
outras sem trabalho conhecido e cuja causa
é directamente a miséria. Raparigas, filhas
de operários mal remunerados são constran-
gidas, pela familia, a percorrer as cidades á
mercê da caridade publica.
(i) No intuito de conhecer o salario da mulher portugueza
procuramos nos centros o honorário respeitante
ao seu trabalho de harmonia com as profissões que occupam.
Damos em seguida este calculo para Lisboa e Porto:
Fabricas de Tecidos.—Ha duas classes de operarias
— jornaleiras e empreiteiras; vencem respectivamente
120 a 3oo réis e 200 a 36o réis.
Fabricas dephosplioros.—Distribuem-se de harmonia
com a diversidade de trabalho. Tratam respectivamente
do fabrico das caixas (á machina e á mão), etiquetagem
á mão, apposição da lixa á machina, empacotamento,
etc. As empreiteiras vencem um salario que varia de 280
a 800 réis; as jornaleiras ganham em média 180 e 400
réis.
Costureiras — Dividem-se em empregadas de modista
e de roupa branca e ganham respectivamente 200
e 3oo réis.
Creadas. — Têm um ordenado mensal que vae de
2$>000 a 5$>ooo réis, vencendo o maior numero 3$>ooo a
4§>ooo réis