Jardim de Alah - Academia Brasileira de Letras
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Cícero Sandroni<br />
nas publicações e livros importados ali vendidos – ou alugados, no seu gabinete<br />
<strong>de</strong> leitura – e pela mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> da oficina. Por seu prelo passaram textos <strong>de</strong><br />
José Bonifácio <strong>de</strong> Andrada e Silva, José da Silva Lisboa, o Viscon<strong>de</strong> <strong>de</strong> Cairu,<br />
cônego Januário da Cunha Barbosa, Evaristo da Veiga, (antes <strong>de</strong> fundar a Aurora<br />
Fluminense, cujo primeiro número só aparece a 21 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1827),<br />
padre Diogo Feijó, Felisberto Cal<strong>de</strong>ira Brant, Marquês <strong>de</strong> Barbacena, Francisco<br />
Gê Acaiaba Montezuma, Viscon<strong>de</strong> <strong>de</strong> Jequitinhonha, Antônio Carlos <strong>de</strong><br />
Andra<strong>de</strong> e Antônio Pereira Rebouças, entre outros.<br />
Com o acúmulo do trabalho, Plancher contratou outros dois gráficos, personagens<br />
da história cultural do Brasil: o <strong>de</strong>senhista, impressor e inventor francês<br />
Hércules-Romuald Florence, mais tar<strong>de</strong> integrante da expedição <strong>de</strong> Langsdorff<br />
ao interior do país como segundo <strong>de</strong>senhista, ao lado <strong>de</strong> Rugendas, e Francisco<br />
<strong>de</strong> Paula Brito. Paula Brito começou na oficina <strong>de</strong> Plancher, em 1829, e apren<strong>de</strong>u<br />
com ele não só os segredos da arte gráfica, mas iniciou-se nas leituras dos escritores<br />
brasileiros e dos clássicos. Em 1831 ele <strong>de</strong>ixa a casa <strong>de</strong> Plancher e monta<br />
a sua própria tipografia, que em pouco tempo passa a ser ponto <strong>de</strong> reunião <strong>de</strong> escritores<br />
e políticos entre os quais Machado <strong>de</strong> Assis. Fundou e dirigiu o jornal A<br />
Marmota, que circulou até 1861, quando <strong>de</strong> sua morte.<br />
Mas Plancher estava ansioso por participar do momento político do Império.<br />
No dia 28 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1824, com uma profissão <strong>de</strong> fé na monarquia constitucional,<br />
circula o primeiro número d’O Spectador Brasileiro, do qual ele era o<br />
principal redator, sob o transparente pseudônimo <strong>de</strong> “Hum francês brasileiro”.<br />
No editorial, “Dirigido Aos Ilustres e Nobres Brasileiros”, Plancher <strong>de</strong>ixa<br />
evi<strong>de</strong>nte sua gratidão a D. Pedro I, chamando-o <strong>de</strong> Gran<strong>de</strong> Gênio: “[...] um<br />
Príncipe cingido <strong>de</strong> tradições Religiosas é o vosso DEFENSOR PER-<br />
PÉTUO, ele conhece o que vós sois e o que po<strong>de</strong>reis ser; Ele se apresenta no<br />
campo da Glória, quer enlaçar os seus troféus com os vossos: Ele quer ser<br />
Gran<strong>de</strong> convosco. [...]”<br />
Apesar do tom a<strong>de</strong>sista ao monarca constitucional dos primeiros tempos,<br />
O Spectador era um jornal com a feição panfletária das folhas do seu tempo, mas<br />
teve vida curta: só circulou até 21 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1827. No Suplemento do seu<br />
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