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Jardim de Alah - Academia Brasileira de Letras

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João <strong>de</strong> Scantimburgo<br />

o fotógrafo <strong>de</strong> jornal, pois tinha sua empresa para a preparação <strong>de</strong> campanhas,<br />

nas quais ele era mestre admirável. Seus filmes publicitários eram exibidos nas<br />

telas gran<strong>de</strong>s e acabaram sendo aproveitados pelas televisões que cada vez mais<br />

se aprimoravam na transmissão <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> e notícias.<br />

Logo que chegou ao Brasil, Manzon procurou o nosso saudoso chefe, Assis<br />

Chateaubriand, e pediu a ele um emprego. Chateaubriand já o conhecia <strong>de</strong> suas<br />

viagens freqüentes à França, e viu, com seu formidável faro <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> jornalista<br />

e dono <strong>de</strong> uma ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> jornais e rádios, que Manzon era o homem <strong>de</strong> que<br />

precisava. Os Diários editavam uma revista <strong>de</strong> relativa circulação, O Cruzeiro.<br />

Bom nome, já antigo, com A Cigarra, também dos Diários, não tinha o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong><br />

fogo necessário à captação <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> em massa. Chateaubriand contratou<br />

Manzon como repórter fotográfico. Ele iria trabalhar com um ‘turco’ inteligente,<br />

excelente repórter, apto para escrever reportagens, <strong>de</strong> nome David Nasser.<br />

Estava formada a dupla que iria revolucionar a imprensa no Brasil. Começaram<br />

e foram, cada vez mais, vendo aumentar a tiragem <strong>de</strong> O Cruzeiro, graças<br />

às reportagens extraordinárias, como não se repetiu no Brasil, <strong>de</strong>pois que <strong>de</strong>ixaram<br />

um e outro a parceria e cada um tomou seu rumo. Para ganhar a vida.<br />

Afirmei, sempre, que a câmera <strong>de</strong> fotografia <strong>de</strong> Jean Manzon falava, gritava,<br />

era essa máquina extraordinária que dava vida à reportagem sobre a qual se fixava<br />

David Nasser, e os leitores tinham para conhecer o Brasil, os problemas<br />

brasileiros, as crises políticas, os problemas com os quais se <strong>de</strong>frontava, uma<br />

documentação jornalística inédita, que só os americanos possuíam no continente,<br />

com Life, do grupo Time-Life, que era, efetivamente, uma publicação sem<br />

paralelo em todo o mundo. Pois O Cruzeiro logo superou a revista norteamericana,<br />

embora fosse impressa em branco e preto, por não terem os Associados,<br />

na época, parque gráfico, possível somente alguns anos <strong>de</strong>pois, quando os<br />

americanos começaram a ven<strong>de</strong>r esse equipamento a outros países.<br />

Não havia quem não comentasse as reportagens da dupla diabólica, que ninguém<br />

enfrentava na imprensa brasileira. Manzon, com sua câmera, e David<br />

Nasser, com sua máquina <strong>de</strong> escrever portátil, mandavam reportagens do Brasil<br />

inteiro e do estrangeiro, pois que viajavam numerosas vezes para o exterior, a<br />

fim <strong>de</strong> cobrirem eventos e acontecimentos que interessavam dar a conhecer ao<br />

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