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VÁRIOS AUTORES - Projeto de Mão em Mão

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77<br />

o cirurgião <strong>de</strong> gaster fell<br />

Alta noite já, e eu continuava agitado, revirando-me no<br />

travesseiro incômodo, incapaz <strong>de</strong> conciliar o sono. Uma<br />

estranha teoria se formara <strong>em</strong> minha mente, sugerida pelo<br />

elaborado equipamento cientíco que tinha visto. Seria<br />

possível que aquele cirurgião estivesse dando andamento<br />

a experiências insondáveis e medonhas que exigiam roubar<br />

ou no mínimo corromper a vida do companheiro?<br />

Tal suposição respon<strong>de</strong>ria pelo isolamento da existência<br />

que levava, mas como conciliar isso com a profunda amiza<strong>de</strong><br />

que me parecera existir entre ambos naquela mesma<br />

manhã? Seria dor ou loucura o que o zera arrancar<br />

os cabelos e torcer as mãos ao sair <strong>de</strong> sua casa? E a doce<br />

Eva Cameron, seria possível que ela também zesse parte<br />

do sinistro conluio? Quer dizer então que era para visitar<br />

meus pavorosos vizinhos que ela <strong>em</strong>preendia suas curiosas<br />

excursões noturnas? E, se fosse esse o caso, que laços<br />

uniriam um trio tão disparatado? Por mais eu que tentasse,<br />

não conseguia chegar a nenhuma conclusão satisfatória.<br />

Quando, nalmente, ferrei num sono agitado, foi tão<br />

somente para voltar a ver <strong>em</strong> sonhos os estranhos episódios<br />

do m <strong>de</strong> tar<strong>de</strong> e acordar <strong>de</strong> madrugada, <strong>de</strong>bilitado<br />

e abatido.<br />

Quanto às dúvidas que eu talvez tivesse sobre ter ou não<br />

visto Eva Cameron na noite da t<strong>em</strong>pesta<strong>de</strong>, essas foram<br />

nalmente dirimidas naquela manhã. Caminhando ao<br />

longo da trilha que levava à colina, vi, num local on<strong>de</strong> o<br />

solo estava fofo, a marca <strong>de</strong> um pé – do pé pequeno e gracioso<br />

<strong>de</strong> uma mulher b<strong>em</strong> calçada. Aquele salto minúsculo<br />

e aquele arco acentuado da planta não po<strong>de</strong>riam<br />

pertencer a mais ninguém senão à minha companheira<br />

<strong>em</strong> Kirkby-Malhouse. Segui-lhe as pegadas durante certo<br />

trecho, até perdê-las <strong>em</strong> terreno duro e pedregoso; porém<br />

ainda assim elas continuaram apontando, pelo que me foi

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