Capitulo 2 - Alessandro Tirloni - Famiglia Tirloni
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2.3 A Aposta de Porto Franco<br />
Na cidade de Itajaí todos os emigrantes se dividiram. <strong>Alessandro</strong> juntamente<br />
com um grupo de emigrantes bergamascos (entre os quais as famílias Morelli e<br />
Maestri) iniciaram a subida pelo rio que atravessava essa cidade, o rio Itajaí, para se<br />
estabelecerem na região, graças a uma lei do Governo que concedia aos colonos uma<br />
porção de terra para cultivar. Chegaram, enfim, na região onde hoje situa-se a cidade<br />
de Brusque.<br />
Chegados ali, se deram conta de que os melhores lotes de terra já tinham sido<br />
dados à comunidade alemã, e que a eles não restava outra coisa senão os terrenos<br />
mais afastados, cobertos daquilo que no Brasil chamam de “mata”, uma floresta densa<br />
e inexplorada, atravessada pelo rio Itajaí-Mirim.<br />
Provavelmente pararam vários dias em Brusque, talvez por um mês, alojados<br />
em uma barraca, na Rua das Carreiras, na localidade hoje chamada de Águas Claras.<br />
<strong>Alessandro</strong> arranjou-se como pôde, e para ganhar algum dinheiro para matar a fome<br />
chegou a andar pelas ruas vendendo fósforos.<br />
Isto não é absolutamente o que <strong>Alessandro</strong> esperava, e a situação começou<br />
tomar decididamente um rumo ruim. Depois de todas as fadigas sofridas, encontravase<br />
de fato numa situação ainda pior, em relação àquela deixada na Itália, e é por isso<br />
que, juntamente com o pequeno grupo de emigrantes bergamascos, tomou a decisão<br />
mais arriscada, mas para todos os efeitos a mais sensata: decidiu prosseguir a viagem.<br />
Compradas barcaças e canoas, continuaram a subir pelo rio. Pararam só quando<br />
chegaram a um ponto no qual o rio fazia uma grande curva e se encontrava com um<br />
riacho atualmente chamado de “Ribeirão de Porto Franco”.<br />
Justamente na confluência entre os dois rios, havia um remanso com uma<br />
pequena praia que se apresentava como o lugar mais seguro para atracar as canoas.<br />
Daqui partiram a pé para explorar a região. Enquanto estavam desbravando, foram<br />
surpreendidos por um violento temporal com chuvas muito fortes que, em pouco<br />
tempo, fizeram transbordar todos os rios. Os exploradores retornaram de imediato às<br />
embarcações, preocupados com a possibilidade de não mais encontrar seus únicos<br />
meios de transporte, mas ao contrário, com grande surpresa e alegria, viram que as<br />
suas barcas giravam sobre as águas no lugar onde haviam sido atracadas!<br />
A partir desse momento os pioneiros decidiram ficar e estabelecer-se neste<br />
lugar. Iniciaram a construção de um núcleo de casas – obviamente cabanas de<br />
madeira – ao qual foi dado o nome de Porto Franco, e que hoje se chama Botuverá,<br />
(palavra indígena Tupi-Guarani que significa “Pedra Preciosa” ou “Montanha<br />
Brilhante” - nome que teve origem na existência de várias minas de ouro e metais<br />
preciosos presentes na região, ou nas belas montanhas cobertas de mata atlântica).<br />
Cada família procurou um lugar para viver, delimitou uma área como sua<br />
propriedade, e depois esse primeiro núcleo foi acrescido de outros imigrantes. Pouco