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Capitulo 2 - Alessandro Tirloni - Famiglia Tirloni

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seja, de “matriarca”. Vittoria era a única, no seu gênero, dentre os irmãos. Seguia à<br />

letra os desejos de seu pai, e nada escapava de seu controle. Sobre o expresso querer<br />

do pai, chegava até a contar, todas as manhãs, os frutos nas plantas de pêssegos, para<br />

se inteirar de que ninguém os tivesse roubado de noite.<br />

Um dia, as duas cunhadas, Rosa e Luzia, movidas pela fome, decidiram<br />

realizar um “furto” nos bens da família. Perceberam que uma árvore de pêssegos,<br />

naquele ano, havia produzido muitos frutos, tantos que a própria Vittoria tinha<br />

dificuldades de manter a contagem. Elas então decidiram recolher alguns pêssegos<br />

crescidos em pontos difíceis de serem vistos, na planta. Os pêssegos eram ainda<br />

verdes e por isso a tia Luzia decidiu escondê-los debaixo da cama, a fim de que<br />

ficassem maduros. Os pêssegos eram deveras lindos e chegaram depressa a<br />

amadurecer, enchendo de seu característico perfume todo o quarto. A coisa provocou<br />

não poucos problemas porque as “ladras” foram inevitavelmente desmascaradas pelo<br />

próprio velho <strong>Alessandro</strong>, o qual foi literalmente à cólera, seja com as duas noras,<br />

seja com a filha Vittoria, por não ter percebido o furto.<br />

Também o meu avô Peppino se envolveu em alguns “ais” por causa dos<br />

alimentos. Ele tinha cerca de dois anos quando, induzido pela fome, pediu à sua mãe<br />

que lhe desse um pedaço de queijo. A mãe, escondida de todos, o levou para a<br />

cozinha e lhe deu uma pequena fatia, recomendando-lhe de ficar com muita atenção<br />

para não ser visto por ninguém, sobretudo pela tia Vittoria. O pequeno Peppino<br />

escondeu entre as mãos o pedaço de queijo e saiu da cozinha com as mãos por detrás<br />

das costas. Infelizmente, ao sair da cozinha esbarrou na tia Vittoria que, vendo-o com<br />

as mãos às costas, se insurgiu e lhe disse: “Deixa-me ver o que é que você esconde<br />

nas mãos!” Meu avô lhe respondeu: “No, perché me mama ma dit de fatel mia vet.”<br />

“Não, porque a mamãe me disse de não te fazê-lo ver!”<br />

<strong>Alessandro</strong> dava às noras ordens precisas para evitar que a família crescesse<br />

com as mãos livres, tornando inútil toda a fadiga feita por ele para tornar-se rico, e<br />

era por isso que a nora Rosa se encontrava no dever de inculcar a ideia de poupança e<br />

da parcimônia aos seus filhos ainda crianças.<br />

Meu avô Peppino contava que, aos quatro anos, sua mãe já lhe havia ensinado<br />

o conceito de interesse, tudo por vontade do velho <strong>Alessandro</strong>.<br />

Entre os habitantes de Covo, a única pessoa que podia fazer concorrência, do<br />

ponto de vista econômico a <strong>Alessandro</strong>, era um outro proprietário de terras: o velho<br />

senhor Cesar Bosetti ( 29-6-1844 – 3-11-1920). Este sempre foi famoso em Covo<br />

como benfeitor e filantropo. À sua mesa, além de sua numerosíssima família<br />

composta de treze filhos e tantas outras noras e genros, e mais um número incrível de<br />

netos, havia sempre alguma pessoa indigente que, batendo à sua porta, encontrava ali<br />

pessoas boas e dispostas a acolher qualquer um que estivesse em dificuldades. A<br />

filosofia do Senhor Bosetti e de sua mulher Ângela Martinelli (1850 – 1936) estava<br />

resumida em um simples conceito: “Um prato quente há sempre para todos”!

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