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Capitulo 2 - Alessandro Tirloni - Famiglia Tirloni

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Esta escolha era realmente estranha, e até agora ainda é difícil de se<br />

compreender. Aliás, também porque nos relatos transmitidos até nós, nunca se fez<br />

menção de uma clara explicação dada por <strong>Alessandro</strong>, no que se refere à compra de<br />

uma pequena fazenda. Meu pai, perguntado sobre isso, respondeu que, segundo sua<br />

opinião, foi uma medida de cautela adotada por <strong>Alessandro</strong>, pelo fato de não ter<br />

experiência prática do mercado econômico italiano, e por isso, provavelmente,<br />

preferiu evitar de empenhar, desde logo, muito dinheiro.<br />

Certo é que a liquidez econômica da qual dispunha <strong>Alessandro</strong> era deveras<br />

impressionante. Não se deve esquecer que, quando desembarcou na Itália, tinha<br />

consigo dois sacos cheios de moedas de ouro: eram os 500.000 réis, fruto da venda do<br />

terreno, no Brasil, à filha Rosa e ao Genro Carlos Tridapalli, eram todas as suas<br />

economias feitas no comércio da madeira, eram a venda de outras propriedades em<br />

Porto Franco, bem como os outros 500.000 mil réis, recebidos dois anos depois, como<br />

pagamento da dívida de sua filha Rosa.<br />

O detalhe dos dois sacos cheios de moedas de ouro foi transmitido pelos relatos<br />

dos nossos velhos, de ambas as famílias, seja esta de cá, na Itália, seja a de lá do<br />

oceano, no Brasil. A única discrepância é que os relatos ouvidos na Itália falavam de<br />

“Esterlinas”, enquanto os relatos brasileiros falavam de “Réis”. Pode ser que<br />

<strong>Alessandro</strong>, no Brasil, antes da partida, tenha feito converter todo o dinheiro recebido<br />

(Réis, portanto) em uma moeda corrente, mais facilmente aceita por qualquer banco,<br />

isto é, a Esterlina, que era unanimemente a moeda com a qual se efetuavam as<br />

transições econômicas mundiais, antes do Dólar. Nunca esquecerei a imagem de meu<br />

avô que, enquanto descrevia de modo muito enfático esta história, para melhor<br />

exprimir a ideia, indicava com as mãos a dimensão de cada um destes sacos, que<br />

chegavam a ter 30 cm de comprimento por 10 cm de diâmetro.<br />

Provavelmente este dinheiro foi depositado num banco. Não sei se existia<br />

algum, naqueles tempos, em Covo, mas provavelmente existia pelo menos um posto<br />

bancário. Podemos deduzir isto também porque deve-se considerar o detalhe dos<br />

500.000 mil réis, a serem pagos, do débito de Rosa.<br />

Como teria chegado a <strong>Alessandro</strong> esse dinheiro vindo de Nova Trento? É<br />

improvável que alguém tenha enfrentado uma travessia oceânica para entregá-los<br />

diretamente nas mãos de <strong>Alessandro</strong>. E é absolutamente impossível que tenha sido<br />

expedido. Portanto, a coisa mais provável é que <strong>Alessandro</strong> tenha aberto uma conta<br />

no banco, na qual depois foi depositado o dinheiro com uma simples transação<br />

bancária.<br />

O certo é que ninguém sabe com precisão se os famosos dois sacos cheios de<br />

moedas de ouro tenham sido depositados logo, ou se tenham sido guardados em casa<br />

por <strong>Alessandro</strong>, que talvez os escondeu mesmo como se usava fazer naquele tempo<br />

“debaixo do colchão”.

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