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Capitulo 2 - Alessandro Tirloni - Famiglia Tirloni

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coisa que todos sabiam fazer era mesmo aquilo próprio do agricultor. A primeira coisa<br />

que os pioneiros começaram a fazer foi desmatar os terrenos, a fim de prepará-los<br />

para cultivar.<br />

É preciso lembrar que naqueles tempos o fato de desmatar a floresta virgem era<br />

vista pelo governo brasileiro como uma verdadeira bênção, pois chegava a tornar<br />

produtiva uma terra que até então não servia para nada, e ainda mais que todos os<br />

riscos ligados a essa emancipação eram assumidos pelos novos colonos. Para<br />

incentivar o nascimento de uma nova economia onde antes não havia nada, a não ser<br />

floresta improdutiva, o governo em um primeiro momento oferecia a esses pioneiros<br />

todos os instrumentos necessários para aquele fim, como também as sementes e<br />

alguns animais domésticos, tudo isso para que também nesse canto escondido do<br />

Brasil chegasse a se desenvolver uma primordial economia<br />

A madeira cortada foi inicialmente utilizada para construir as primeiras casas,<br />

nas quais se estabeleceram os colonos, criando os primeiros recintos de vida e as<br />

primeiras propriedades. Foi assim que começou a tomar forma a vila inicial de Porto<br />

Franco. Obviamente não devemos imaginar uma vila como se pode tipicamente<br />

entender na Europa, com as casas todas vizinhas entre elas. Nos seus primórdios,<br />

Porto Franco devia parecer como uma grande clareira na floresta, na qual, de vez em<br />

quando, ao longo do rio, apareciam pequenas clareiras com uma cabana ao meio, um<br />

pequeno sinal de civilização, em meio à floresta selvagem. Provavelmente as clareiras<br />

não eram nem sequer coligadas por uma rede de caminhos, mas ao contrário, a via<br />

fluvial era a única via de comunicação entre um lugar e outro.<br />

Uma vez criada a planta inicial da vila, com certeza foi construído também o<br />

primeiro edifício que tinha uma função bem definida: um lugar para o culto. Naquele<br />

tempo, a devoção e o compromisso religioso eram um valor absolutamente<br />

fundamental e preponderante. Como bem disse durante a festa bergamasca de<br />

Botuverá de 2009 o nosso primo Padre Alírio José Pedrini: “A fé era a força dos<br />

imigrantes”. A fé servia para o encorajamento em meio às dificuldades, e bem<br />

podemos imaginar quais e quantas tenham sido, nesse primeiro período. A fé<br />

auxiliava a manter um contato – mesmo se puramente espiritual – com os próprios<br />

caros parentes permanecidos na Itália, os quais eram recomendados aos cuidados e à<br />

piedade de Deus. A fé também contribuía para fazer parar o trabalho por um<br />

momento, bem como para se refazerem das fadigas e para encontrar as luzes nos<br />

momentos de incerteza. Mesmo que na comunidade não estivesse presente um padre,<br />

foi construído um edifício do qual não se podia prescindir: uma pequena igreja.<br />

Provavelmente nessa igreja estava presente somente um crucifixo, talvez<br />

esculpido ali mesmo, mas isso era suficiente para dar à nossa gente um ulterior<br />

sentido de comunidade, e não se pode excluir que aquilo representasse o único ponto<br />

de união para os pioneiros, que com dias marcados e constantes, ali se encontravam<br />

para rezar e agradecer a superação dos perigos. Nada de mais fácil do que adivinhar o<br />

lugar escolhido para a primeira igreja. Outro lugar não seria senão o local onde agora

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