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Capitulo 2 - Alessandro Tirloni - Famiglia Tirloni

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Ao final da Grande Guerra, também Emanuele foi convocado, mas foi julgado<br />

inábil por causa de “dentes gastos” e, portanto, pôde permanecer em casa para<br />

trabalhar. Não sabemos o que sucedeu a Vittorio, mas também ele evitou a partida<br />

para a frente de guerra. Pode-se suspeitar que ao menos neste caso <strong>Alessandro</strong> tenha<br />

chegado a fazer valer o poder do seu dinheiro para corromper os oficiais e reter os<br />

dois filhos em casa. Esta foi uma solução destinada a durar pouco, porque por causa<br />

dos resultados adversos da longa guerra, de pressa se compreendeu que as coisas<br />

estavam destinadas a mudar radicalmente.<br />

O êxito desastroso da batalha de Caporetto do dia 24 de outubro de 1917<br />

impeliu o exército a<br />

recrutar uma massiva turma de homens, e dois cartões postais de ordem chegaram à<br />

fazenda Batagliona. Emanuele e Vittorio foram novamente visitados por militares,<br />

julgados capazes, e também a eles coube partirem para a frente de guerra. A casa<br />

ficou totalmente privada de homens e <strong>Alessandro</strong> caiu no desespero mais profundo.<br />

Tentou por todos os meios de impedir a partida dos seus filhos, mas precisou renderse<br />

à evidência dos fatos, e foi obrigado a tomar decisões que mudam radicalmente a<br />

impostação familiar.<br />

Na segunda carta encontrada no Brasil, escrita sempre por Ângela à irmã Rosa,<br />

no dia 4 de novembro de 1917, encontram-se todas essas notícias e se descobre que:<br />

- Agostino estava entre os primeiros a partir para a frente de guerra e fazia<br />

muito tempo que não se tinha notícias suas, não se sabia nem sequer se estava vivo...<br />

- Emanuele e Vittorio partiram para a frente de guerra no dia seguinte à data<br />

desta carta, não obstante todos os esforços de <strong>Alessandro</strong><br />

- <strong>Alessandro</strong>, encontrando-se sem mais os filhos que trabalhavam, decidiu<br />

alugar a terra da fazenda aos vizinhos Colzani, e se transferiu com toda a família para<br />

uma pequenina fazenda situada no centro da vila, mesmo às costas da igreja, e<br />

chamou para junto de si as duas filhas casadas, Ângela e Francesca porque os seus<br />

maridos estavam todos na frente de guerra.<br />

- Eliseu estava na Albânia mas, em suma, a sua situação foi descrita como a<br />

mais tranquila.<br />

Nesta carta se vê pela primeira e, talvez, pela única vez, o aspecto humano de<br />

<strong>Alessandro</strong>. Pode-se perceber o seu espanto diante da importância desta situação<br />

muito maior do que ele. Experimentou comprar com seu dinheiro a liberdade dos<br />

filhos do jugo da guerra, mas não venceu, e agora foi atingido também nos seus<br />

interesses monetários, enquanto se encontrou obrigado a alugar os seus terrenos, a sua<br />

casa e, único homem que permaneceu na família, precisava cuidar de quatro filhas,<br />

duas noras e quatro netos.<br />

Nesta carta se percebia, também, que o relacionamento entre <strong>Alessandro</strong> e o<br />

filho Vittorio não era por nada bom, e os dois já não se falavam a seis meses, e<br />

deixava a impressão de que a irmã Ângela havia tomado a defesa do pai, antes da do

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