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Capitulo 2 - Alessandro Tirloni - Famiglia Tirloni

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Este não sofria desvalorização, e não era um bem perecível mas, ao contrário,<br />

aumentava sempre mais o seu valor para satisfação de <strong>Alessandro</strong>.<br />

No que se refere à atividade do empório, está ligado um acidente que criaria<br />

não poucos problemas para <strong>Alessandro</strong>. Alguns anos depois da abertura do empório,<br />

uma pessoa de cor (provavelmente um escravo libertado, ou talvez fugido,<br />

não sabemos) iniciou a cometer furtos noturnos no empório. <strong>Alessandro</strong> percebeu<br />

logo os furtos e começou a montar guarda durante as noites, a fim de colher em<br />

flagrante o ladrão. Descoberto o ladrão, o fez restituir o material roubado e o advertiu<br />

que se voltasse a tentar roubar novamente, não lhe seria mais clemente nos seus<br />

confrontos, mas passaria diretamente a atitudes severas. Alguns dias depois, o ladrão<br />

tentou um novo furto, mas <strong>Alessandro</strong> – que provavelmente não havia deixado de<br />

montar guarda – o surpreendeu. O ladrão tentou escapar, mas <strong>Alessandro</strong>, fulo de<br />

raiva, pegou o peso maior da balança (1kg) e o jogou contra o ladrão, acertando-o em<br />

plena testa, matando-o instantaneamente.<br />

Não sabemos como o incidente terminou. Enfim, já não eram mais os primeiros<br />

tempos da emigração, nos quais não existiam nem lei e nem controle. Este fato deverá<br />

ter chegado ao conhecimento das forças da ordem publica, as quais devem ter<br />

cumprido o seu dever. Com certeza o racismo emperrado também se lançava contra o<br />

pobre ladrão de cor, que certamente não vinha sendo tratado exatamente como cada<br />

branco. Mas de todo modo este era um homicídio qualificado, e por certo não passou<br />

escondido, como os homicídios dos indígenas.<br />

<strong>Alessandro</strong> não se limitava à gestão de seu patrimônio e de todas as suas<br />

atividades, mas se empenhava como primeira pessoa onde quer que servisse. Pode-se<br />

imaginar que por diversos anos ele mesmo estivesse naquele lugar dos corajosos<br />

balseadores que arriscavam a vida, descendo pelo rio com as balsas de madeira.<br />

Sempre de acordo com os relatos da tia Giuseppina Martilelli, sabemos que mesmo<br />

nos primeiros tempos, não era só <strong>Alessandro</strong> a estar envolvido como primeira pessoa<br />

na parte arriscada do transporte da madeira. De fato, enquanto ele se achava sobre as<br />

balsas de madeira que desciam pelo rio, sua mulher Elisabetta seguia o percurso da<br />

madeira pela estrada, com a carroça, que servia para ser carregada de todas as<br />

provisões que eram compradas em Brusque durante o caminho de volta.<br />

À luz de tudo quanto foi dito até agora, pode-se facilmente imaginar qual teria<br />

sido o potencial econômico, e sem medo de incorrer em erro, pode-se pois dizer que<br />

ele sozinho representava o fiel da balança da economia de Porto Franco.<br />

O tempo foi passando e os primeiros filhos tornam-se grandes. A filha mais<br />

velha, Joana, enamorou-se com João Morelli, filho de Pietro Morelli, que juntamente<br />

com <strong>Alessandro</strong> estava entre os primeiros pioneiros que chegaram a Porto Franco,<br />

subindo o rio com as barcas.<br />

João Morelli nasceu 6 anos antes do que Joana, na Itália, no município de

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