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Capitulo 2 - Alessandro Tirloni - Famiglia Tirloni

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não começavam uma refeição sem ter rezado alguma oração. Aqui, em cada família<br />

existe ao menos um parente padre ou freira, mesmo como sendo uma boa tradição<br />

bergamasca.<br />

A atmosfera que se respira em Botuverá é como aquela do filme “Albero degli<br />

Zoccoli”, (= A árvore dos tamancos), obra prima de Ermano Olmi que muitos aqui<br />

conhecem.<br />

Idêntica atmosfera, mas com um dialeto diferente, mais parecido com a fala vêneta,<br />

com uma idêntica fixação às próprias raízes e aos valores familiares, encontram-se na<br />

vizinha cidade de Nova Trento, na qual, por ocasião de nossa visita, foram-nos<br />

tributadas honras, a dizer pouco, impensáveis.<br />

Um belo grupo de pessoas deram vida a um caloroso encontro convivial –<br />

improvisado em 24 horas – entre parentes, feito de cantos italianos acompanhados<br />

pela gaita de boca tocada pelo octogenário patriarca. Foi uma jornada de serenidade e<br />

sincera alegria que marcaram indelevelmente, e que não podem mais ser esquecidas.<br />

A oportunidade de nossa viagem às cidades de Botuverá e Nova Trento foi,<br />

além de tudo, uma ocasião para recordar a importância de nossas próprias origens e<br />

dos nossos antepassados, da qual a família descende, e cujos retratos foram exibidos<br />

com veneração. Foi um momento a mais para renovar a tradição dos relatos<br />

transmitidos oralmente aos nossos jovens que, em silêncio, postados ao redor,<br />

escutavam os velhos narrar incríveis histórias verdadeiras de autêntico heroísmo,<br />

sacrifícios e dores suportados com cristã resignação, na esperança de um amanhã<br />

muito melhor.<br />

A população com a qual tivemos contato era composta de pessoas que nos<br />

escutavam com sorriso, que nos mostraram e descreveram os produtos de sua terra<br />

(tão diversos dos nossos), e que se emocionaram só ao saber de nossa proveniência,<br />

vindos daquela Itália de que tantas vezes ouviram falar e nunca viram de perto, mas<br />

tão presente em sua realidade. De fato, tanto amigos encontrados nesta inesquecível<br />

experiência confirma que aquilo que torna única uma viagem são as pessoas que<br />

encontramos!<br />

Aquela que é a realidade dos dias de hoje, outra coisa não é, senão, o resultado<br />

herdado do quanto foi realizado e deixado, em herança, pelos pioneiros que<br />

invadiram todas essas áreas, mais de cento e trinta anos atrás. Dos relatos<br />

transmitidos pelos velhos de Porto Franco, percebe-se que os costumes dos colonos<br />

eram totalmente tomados da vida que costumavam fazer na Itália, antes de emigração.<br />

A única usança comum e inexplicável que contrasta com os costumes bergamascos<br />

era representada pela mudança do horário das refeições principais. De fato, dos<br />

relatos que os velhos dos dias de hoje fazem de sua infância, parece que a refeição<br />

principal e mais substanciosa era realizada pela manhã, e não ao meio dia. E o prato<br />

principal comido por todos era, de fato, a polenta.<br />

Pode ser que este costume diferente de fazer a refeição maior pela manhã tenha<br />

vindo aos pioneiros por causa da necessidade de precisarem aproveitar toda a jornada

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