17.04.2013 Views

Capitulo 2 - Alessandro Tirloni - Famiglia Tirloni

Capitulo 2 - Alessandro Tirloni - Famiglia Tirloni

Capitulo 2 - Alessandro Tirloni - Famiglia Tirloni

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

eventuais formalidades, os <strong>Tirloni</strong> se dirigiram para a direção das terras bergamascas<br />

e, segundo o registro, chegaram em Covo exatamente nos últimos dias do mês de<br />

julho.<br />

A primeira coisa que fizeram foi comunicar aos irmãos do Brasil a desgraça da<br />

morte de Ângelo, enquanto do Brasil chegava a notícia do casamento, e estas<br />

correspondências deram início a uma comunicação que persiste e liga a nossa família<br />

da Itália e do Brasil, ainda nos nossos dias.<br />

<strong>Alessandro</strong>, por certo, procurou sempre convencer os filhos que permaneceram<br />

no Brasil a virem para junto dele, enquanto os outros filhos, vindos para a Itália,<br />

começaram a sofrer de uma doença até agora desconhecida para eles, que não os<br />

abandonará jamais: a “saudades” da terra natal. Em suas mentes permaneceriam para<br />

sempre as imagens e o sonho do Brasil, como da terra afortunada, na qual poderiam<br />

refugiar-se nos momentos difíceis.<br />

A comunidade de Covo se deu conta, desde logo, da chegada dessa nova<br />

família, também porque se não tratava, por certo, de gente qualquer. Antes de tudo, os<br />

rapazes, em sua primeira aparição na comunidade, foram vítimas de longas risadas<br />

porque vestiam calças xadrez, de cores muito vistosas, como era típico em todos os<br />

“países quentes”. Se pensarmos que, na época, para o homem era só concedido<br />

vestir-se de roupas escuras, os jovens <strong>Tirloni</strong> devem ter parecido muito excêntricos.<br />

Com o tempo, todos começaram a adequar-se à moda local, e este problema foi<br />

superado.<br />

<strong>Alessandro</strong>, de seu lado, impôs-se, desde logo, sobre a sociedade da vila como<br />

um realizador muito rico. Basta pensar que a primeira imagem que dele tiveram os<br />

habitantes do pequeno centro rural Bergamasco foi aquela de um senhor, que<br />

atravessou o oceano juntamente com um filho, para examinar pessoalmente uma<br />

fazenda para comprar, que depois retornou para o Brasil, e que agora se apresentava<br />

juntamente com toda a sua família. Concluíram, portanto, que se tratava de uma<br />

pessoa que se interessava, em primeira mão, dos seus próprios negócios, a ponto de<br />

enfrentar três travessias oceânicas em pouco tempo, bem como de comprar, sem<br />

problemas, uma fazenda, e para ela se transferir com a família. Era evidente que se<br />

tratasse de um dos poucos emigrantes que, na “Merica”, como se costumava dizer<br />

naquele tempo, fez fortuna! Por isso mesmo, foi imediatamente denominado pelos<br />

habitantes de Covo, com fala dialetal bergamasca de: “el siúr Americà”, ou seja, “o<br />

Rico Americano”.<br />

Em bem da verdade, é preciso dizer que a fazenda Battagliona tinha um terreno<br />

de apenas 54 hectares e, em suma, era obviamente pequena, se considerarmos as<br />

enormes potencialidades econômicas das quais dispunha <strong>Alessandro</strong>. Ele podia ser<br />

considerado, para todos os efeitos, como o homem mais rico de Covo. Poderia,<br />

eventualmente, comprar muitos terrenos neste pequeno município, em vez de se<br />

reduzir a viver numa pequena propriedade.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!