17.04.2013 Views

Capitulo 2 - Alessandro Tirloni - Famiglia Tirloni

Capitulo 2 - Alessandro Tirloni - Famiglia Tirloni

Capitulo 2 - Alessandro Tirloni - Famiglia Tirloni

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

em Nova Trento, Francisca Andreoli, viúva <strong>Tirloni</strong>. Ela se tornaria nora de João, mas<br />

sem conhecê-lo pessoalmente. Ela ouviu esta história que foi contada pela sogra<br />

Narcisa, viúva de João, que aliás a contava muitas vezes.<br />

A tia ainda conta, num dialeto misto bergamasco/vêneto, no qual aparecem<br />

também termos em português: “só pai del me pore sogro el diseva: “ndom en Italia<br />

perché chê me ma se anse po de stá; ndom a Berghem, scoldem un toc de terra la<br />

‘ndela Italia”. Alura i è andai via e de fatto i ga scoldet sto toc de terra e lù l’ga dit:<br />

“che ti puoi farte una casa per tì là, e vegnem tuti qua n’Italia”. Alura el me sogro<br />

el’ga dit: “vardè, pai, me so vegnit en Italia a acompagnarve voaltre, per discutere,<br />

per fa el negose, ma mi de Nova Trento mi non mato (???) perché mi voro ben alla<br />

Narcisa e mi voi maridarme là e par la Italia no vegno” Traduzindo: “O pai de meu<br />

falecido sogro (<strong>Alessandro</strong>) dizia: “Vamos para a Itália, porque aqui não me agrada<br />

mais permanecer. Vamos a Bérgamo e compremos a terra, lá”. De fato, depois foram<br />

para a Itália e compraram a terra, e ele (<strong>Alessandro</strong>) disse: “Neste lugar poderás<br />

construir uma casa para ti, e viremos todos para a Itália”. Então meu sogro (João)<br />

disse: “Veja, papai, eu vim para a Itália para acompanhá-lo, para discutir, para fazer o<br />

negócio, mas eu de Nova Trento (talvez a tia fez confusão, queria dizer Porto Franco,<br />

em vez de Nova Trento) não sairei, porque quero muito bem a Narcisa, e estou<br />

decidido a casar-me com ela. Portanto, para a Itália eu não virei”<br />

Por este relado, para dizer a verdade, parece que <strong>Alessandro</strong> já sabia onde iria<br />

comprar a terra. Talvez tivesse mantido contatos com a Itália – talvez com os seus<br />

familiares – os quais lhe teriam feito saber onde e como mover-se para comprar terra.<br />

Esta, porém, é somente uma suposição quase seguramente errada.<br />

Esta decisão de João foi uma verdadeira punhalada em <strong>Alessandro</strong>! Pai e filho,<br />

a esta altura, retornaram para o Brasil para organizar o translado da grande família,<br />

mas esta viagem de volta, para ambos, foi seguramente menos relaxante do que a<br />

viagem de ida.<br />

<strong>Alessandro</strong> ficou com raiva, e com certeza também desgostado pela nova<br />

direção que tomaram os fatos. Podemos imaginá-lo, com seus modos bruscos,<br />

tentando convencer o filho a falar com a namorada para “obrigá-la” a segui-lo, ou<br />

então, a deixar a namorada para seguir com a família para a Itália. Conhecendo o<br />

difícil caráter de <strong>Alessandro</strong>, pode-se crer que ficou tão raivoso a ponto de não mais<br />

dirigir a palavra ao filho, ou então, a dizer-lhe que não tinha nenhuma intenção de<br />

presenciar este casamento. Infelizmente não sabemos como se desenvolveram estes<br />

acontecimentos entre pai e filho, e não sabemos nem sequer como a família recebeu<br />

essa notícia, quando os dois chegaram a Porto Franco. Por certo não deve ter sido um<br />

momento fácil.<br />

Agora todos se encontravam juntos em Porto Franco, e considerado o tempo de<br />

percurso dos navios, pode-se imaginar que a viagem dos dois tenha durado pelo<br />

menos quatro meses.<br />

No Brasil havia muitas coisas a fazer antes de partir. Além das inevitáveis<br />

coisas a levar para a Itália, havia também a regularização de todos os aspectos

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!