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Capitulo 2 - Alessandro Tirloni - Famiglia Tirloni

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Quem sabe como foi a vida na fazenda Battagliona nestes primeiros tempos... É<br />

preciso imaginar que todos deviam levar a sua vida normal e seguir os seus costumes.<br />

A comida era diferente, o trabalho era também diferente daquele que faziam no<br />

Brasil, mas sobretudo as condições metereológicas eram muito diversas.<br />

O longo frio invernal era, por certo, uma coisa à qual os jovens <strong>Tirloni</strong> não<br />

estavam preparados, e ao qual <strong>Alessandro</strong> e Elisabetta já não estavam mais<br />

acostumados. Quem sabe o que teriam experimentado os jovens, durante o primeiro<br />

inverno passado na Itália. As longas horas sombrias e úmidas teriam parecido<br />

intermináveis. O úmido frio que entrava pela carne e chegava aos ossos teria parecido<br />

um obstáculo tremendo, e depois o frio teria piorado ainda mais e teria chegado a<br />

neve. Quem sabe como teriam reagido os jovens diante da primeira nevada de suas<br />

vidas... Quem sabe o que teriam pensado, depois de meses passados no frio mais<br />

impensável... Seguramente teriam pensado em sua pátria nativa, o Brasil, teriam<br />

pensado no calor tórrido do longo verão, e talvez teriam todos pensado que estariam<br />

melhor no meio do mato, com o medo de serem assaltados pelos Bugres , em vez de<br />

estar na Itália a morrer de frio.<br />

Ainda agora os parentes brasileiros não tem uma ideia de que coisa pode<br />

significar uma nevada e viver por meses em meio à neve, porque na região de<br />

Brusque nunca foi vista, e todos dela falam de maneira indefinida, sem precisamente<br />

saber o que estão dizendo. Recordarei sempre os rostos estupefatos das crianças dos<br />

nossos parentes, enquanto escutavam os nossos relatos como se fossem fábulas!<br />

Depois de dois anos da chegada em Covo celebrou-se, em família, o primeiro<br />

casamento italiano. No dia 18 de fevereiro de 1911, a filha maior, Ângela, casou-se<br />

com o conterrâneo Agostinho Nava, cinco anos mais velho do que ela.<br />

Apresentava-se, nesta ocasião, para <strong>Alessandro</strong>, a incumbência do dote a<br />

pagar, e sabemos pelas cartas que vieram do Brasil, escritas alguns anos depois, que a<br />

intercessão da mãe Elisabetta foi fundamental para que Ângela obtivesse um dote<br />

decente, e não ficasse mal no relacionamento com o marido.<br />

A mãe Elisabetta, mulher boa e amável, deve ter tido, desde sempre, um<br />

desempenho determinante na família, como ligação entre o marido <strong>Alessandro</strong> e os<br />

filhos. Também se naquele tempo o desempenho das mulheres na sociedade era de<br />

total marginalização e de cega obediência ao chefe da família, (pai ou marido, que<br />

fosse), sem possibilidades de contestação, Elisabetta deve ter combatido muito contra<br />

o marido, para o bem dos seus filhos. Deve ter sido a única que chegava, com certeza<br />

a preço de enormes fadigas, a fazer o marido raciocinar e rever certas decisões,<br />

quando ele se envolvia em coisas evidentemente erradas. Aliás, prova disso foi o seu<br />

persistente agir nos confrontos com <strong>Alessandro</strong>, quanto ao dote da filha Ângela.<br />

No início do ano seguinte, o filho Vittorio, terminados os estudos colegiais,<br />

embarcou para a Itália e se reuniu à família em Covo. Talvez, foi por ocasião da

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