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Capitulo 2 - Alessandro Tirloni - Famiglia Tirloni

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2.2 – A escolha de emigrar para o Brasil<br />

Naquele tempo, as condições de vida para as classes pobres eram muito<br />

difíceis. As privações e dificuldades estavam na ordem do dia, e a iniciativa pessoal<br />

daqueles poucos que procuravam progredir era sempre contrariada de imediato pela<br />

realidade da situação do tempo, principalmente para os colonos rendeiros.<br />

Os colonos rendeiros trabalhavam na terra dos patrões, e a economia rural<br />

impunha que também aqueles poucos pedaços de terra oferecidos a eles, para cultivar<br />

algo para o próprio sustento, eram cedidos com aluguel. E até para pagar esse aluguel<br />

se estabelecia que o que se colhia naqueles pedaços de terras, era dividido em 50%<br />

com os patrões, que obviamente esperavam receber a melhor parte da colheita. Os<br />

colonos rendeiros não só não trabalhavam a própria terra, mas precisavam dar ao<br />

patrão a metade daquilo que produziam nos seus pequenos pedaços de terra.<br />

Para todos os colonos rendeiros, o sonho maior era aquele de serem<br />

proprietários da terra em que trabalhassem, e a proposta do Novo Mundo, no qual<br />

havia muita terra pronta para ser dada a todos aqueles que a requeressem, era um<br />

sonho irresistível, bem como para as poucas pessoas que não se curvavam ao destino<br />

da situação em que haviam nascido, mas que, pelo contrário, tinham vontade de<br />

evoluir e emancipar-se.<br />

Pode-se muito bem compreender que <strong>Alessandro</strong>, um jovem determinado, com<br />

muita vontade de progredir, e a quem não faltava coragem, ficava cada vez mais<br />

incômoda a vida em Bariano, junto de seus irmãos que, ao contrário, pareciam<br />

conformados em sua resignada simplicidade.<br />

Na realidade daquele tempo, faziam muito eco os relatos, muitas vezes de pura<br />

fantasia, sobre as terras longínquas que todos genericamente chamavam “La Mérica”.<br />

Por meio de uma intensa propaganda, estes lugares eram descritos como autênticos<br />

paraísos, nos quais a riqueza e a felicidade estavam ao alcance das mãos de qualquer<br />

um. Na Itália havia verdadeiros recrutadores de imigrantes que, tripudiando sobre a<br />

ignorância popular, descreviam o Brasil como um país da “Cuccanha”, uma terra<br />

onde “corriam torrentes de leite e de mel! Onde as plantas produziam salsichas, onde<br />

havia seis estações de clima quente, e as montanhas eram abarrotadas de ouro e de<br />

pedras preciosas!” Ainda hoje, no Brasil, os nossos parentes mais velhos recordam<br />

aquilo que os velhos imigrantes contavam: “Na Itália diziam que no Brasil existia<br />

uma planta que dava como fruto as salsichas”. Esta planta foi revelada como sendo a<br />

bananeira.<br />

A tudo isso acrescente-se o fato de que o governo brasileiro ajudava os colonos,<br />

seja dando a terra gratuitamente, seja oferecendo aos colonos uma ajuda de várias<br />

espécies, e por um certo período, a viagem para o Brasil na terceira classe dos navios<br />

era grátis. É fácil, portanto, pensar que miragem representava tudo isto para uma<br />

mente frágil e faminta. Todas essas notícias procediam diretamente da propaganda<br />

dos postos de imigração.<br />

Os opúsculos de propaganda apontavam também sobre as ilustrações dos

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