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"Você Enerva-me!" /149<br />
comigo: «Eles tinham exactamente a mesma mentalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Caim:<br />
estavam cheios <strong>de</strong> ódio pelo seu semelhante. Foi em nome <strong>de</strong>sse ódio<br />
<strong>que</strong> massacraram centenas <strong>de</strong> milhares <strong>de</strong> homens, mulheres e crianças.<br />
Parece <strong>que</strong> nós, os seres humanos, pensamos <strong>que</strong> se ninguém viu<br />
nada aconteceu! Quantos <strong>de</strong> nós são perseguidos <strong>por</strong> recordações <strong>de</strong><br />
factos sinistros <strong>que</strong> ninguém viu!<br />
Caim fugiu. Estava preocupado. De súbito, ouviu uma voz a<br />
chamá-lo: «Caim!» Quem seria? «Caim!» — repetiu a voz. Um<br />
arrepio <strong>de</strong> medo percorreu-lhe o corpo. Lembrou-se <strong>de</strong> repente <strong>que</strong> era<br />
Deus <strong>que</strong>m o chamava. Deus sempre estivera ali! Deus tinha<br />
presenciado tudo, sem dizer uma palavra! «Caim!» — chamou <strong>de</strong><br />
novo a voz. «On<strong>de</strong> está o teu irmão Abel?» Na <strong>de</strong>fensiva, Caim<br />
respon<strong>de</strong>u: «Eu não sou ama do meu irmão! Ninguém me pediu para<br />
olhar <strong>por</strong> ele.» Mas Deus replicou. «Caim, o sangue do teu irmão Abel<br />
clama a mim <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a terra.»<br />
Esta história é um exemplo perfeito do abismo <strong>que</strong> se formou com<br />
a Queda. As relações humanas nunca mais foram as mesmas. Algo se<br />
<strong>de</strong>sfez. Nós incomodamo-nos uns aos outros. O abismo, contudo,<br />
afectou também a relação do homem com Deus. Deus incomodou<br />
Caim—e incomoda igualmente alguns <strong>de</strong> nós. O problema é <strong>que</strong> nós<br />
não nos po<strong>de</strong>mos ver livres dos nossos semelhantes; como também<br />
não nos po<strong>de</strong>mos ver livres <strong>de</strong> Deus.<br />
É assim o mundo em <strong>que</strong> vivemos.<br />
2. As palavras não ajudam<br />
Não adianta falar do «bom Senhor». Entre Deus e nós há uma<br />
barreira, um abismo. Durante a guerra, quando a minha casa e meta<strong>de</strong><br />
da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Essen estavam em chamas, uma mulher veio a correr ter<br />
comigo, gritando: «Como é <strong>que</strong> o seu Deus permite tudo isto?»<br />
«Talvez <strong>por</strong> ser seu inimigo»—respondi eu. Des<strong>de</strong> a Queda, a relação<br />
entre Deus e o homem foi <strong>de</strong>sfeita. Como nos afastámos <strong>de</strong> Deus, as<br />
nossas relações com as pessoas também já não são as mesmas. E esta<br />
a razão profunda <strong>por</strong> <strong>que</strong> as outras pessoas nos enervam. Em última<br />
análise, se o seu vizinho o aborrece, é <strong>por</strong> causa da Queda, <strong>por</strong><strong>que</strong> nós<br />
somos homens caídos, separados <strong>de</strong> Deus. E o melhor conselho do<br />
mundo não mudará nada.<br />
No outro dia, aconteceu <strong>que</strong> eu estava junto da fronteira suíça. Na<br />
pare<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ntro da sala da alfân<strong>de</strong>ga, estava um atraente cartaz com<br />
estas palavras: «É melhor ter comunhão». Pensei comigo mesmo: