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26 / Jesus Nosso Destino<br />
humano não está na terra para ser escravo toda a vida. Isso seria <strong>de</strong><br />
facto muito triste. Se a vida é só isso, então seria melhor cometer<br />
suicídio aos <strong>de</strong>z anos. «Trabalhaste tanto durante toda a vida...»<br />
Causa-me arrepios! Não. A vida também não é só isso!<br />
Outro estudante disse-me na discussão: «Olhe, eu <strong>que</strong>ro ser médico.<br />
Se conseguir salvar vidas humanas, não terei já uma boa razão<br />
para viver?» Respondi-lhe imediatamente: «O <strong>que</strong> diz é bom, mas se<br />
<strong>de</strong>sconhecer o propósito para <strong>que</strong> vive o homem, não tem sentido<br />
<strong>que</strong>rer salvar-lhe a vida. Seria muito melhor dar-lhe uma agulha para<br />
<strong>que</strong> ele pu<strong>de</strong>sse morrer imediatamente.» Bem, não interpretem mal o<br />
<strong>que</strong> acabei <strong>de</strong> dizer! O significado das minhas palavras é <strong>que</strong> a<br />
resposta dada pelo estudante <strong>de</strong> Medicina não era <strong>de</strong> facto a solução<br />
para o nosso problema — o problema do <strong>que</strong> é afinal a vida.<br />
Ro<strong>de</strong>ado <strong>por</strong> todos esses estudantes, chocou-me bastante verificar<br />
<strong>que</strong> mesmo jovens muito cultos se <strong>de</strong>ixam ir na corrente, sem saberem<br />
exactamente <strong>por</strong> <strong>que</strong> é <strong>que</strong> estão no mundo.<br />
Sabem, quando se passa pelo <strong>que</strong> nós passámos na Alemanha —<br />
só pretendo falar nisto <strong>de</strong> passagem — é tentador respon<strong>de</strong>r como<br />
certos estudantes fizeram lá em Munster: «A vida não tem nenhum<br />
sentido profundo. Foi <strong>por</strong> mero acaso <strong>que</strong> nasci. Por isso, <strong>por</strong> <strong>que</strong> é<br />
<strong>que</strong> me hei-<strong>de</strong> preocupar em busca duma razão? Vamos gozar a vida<br />
ao máximo. É o melhor <strong>que</strong> temos a fazer.»<br />
Esta atitu<strong>de</strong> é agradável para o homem <strong>que</strong> <strong>de</strong> repente começa a<br />
pensar: «A minha vida é absurda e sem sentido. Se os meus pais não<br />
tivessem casado, eu não teria sido concebido e não teria nascido. É <strong>por</strong><br />
mero acaso <strong>que</strong> existo. Na realida<strong>de</strong>, a minha vida é um completo<br />
absurdo.» E se este homem encontrar dificulda<strong>de</strong>s na vida, estará<br />
apenas a um passo <strong>de</strong> distância do suicídio. A argumentação é esta:<br />
Por <strong>que</strong> continuar a viver? Se a vida não passa <strong>de</strong> mero acaso e<br />
absurdo, então eu posso perfeitamente acabar com ela.<br />
Sabiam <strong>que</strong> na Alemanha Oci<strong>de</strong>ntal o índice <strong>de</strong> suicídios é<br />
superior ao índice <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> viação? Sabiam <strong>que</strong> cerca <strong>de</strong> 50%<br />
das vítimas são jovens abaixo dos trinta? Esta é a mais impressionante<br />
evidência <strong>de</strong> <strong>que</strong> a nossa geração não conseguiu <strong>de</strong>scobrir o <strong>que</strong> é<br />
afinal a vida.<br />
Tenho falado muitas vezes com pessoas <strong>que</strong> dizem: «A vida é tão<br />
sem sentido! Por isso mesmo, ou a passo a divertir-me ou lhe ponho<br />
termo pelo suicídio.» «E...»—tenho-lhes perguntado eu—«se a vida<br />
tiver afinal algum significado? Imagine <strong>que</strong> a vida tem um propósito<br />
e <strong>que</strong> você a viveu como se o não tivesse. Que será <strong>de</strong> si no fim?»