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Será a Religião uma Questão Privada? / 207<br />
disso, houve algumas tensões. No último dia, contudo, antes <strong>de</strong><br />
celebrarmos juntos a ceia do Senhor, podia ver-se uma pessoa após<br />
outra levantar-se e ir ter com alguém para lhe dizer: «Por favor,<br />
<strong>de</strong>sculpe-me isto ou aquilo.» No <strong>que</strong> me diz respeito, tive <strong>de</strong> ir ter com<br />
três colaboradores e pedir: «Por favor, perdoe-me <strong>por</strong> ter falado tão<br />
asperamente no outro dia.» «Mas o senhor tinha razão.»—respon<strong>de</strong>u<br />
um <strong>de</strong>les. «Mesmo assim, perdoe-me.»—implorei eu. Não é fácil um<br />
homem da minha ida<strong>de</strong> humilhar-se diante dum rapaz <strong>de</strong> vinte anos,<br />
mas eu não ficaria em paz, se o não tivesse feito.<br />
Se criar o hábito <strong>de</strong> ir regularmente à presença <strong>de</strong> Jesus, apren<strong>de</strong>rá<br />
a crucificar dia a dia a sua velha natureza. Verá <strong>que</strong> as coisas<br />
melhoram. Este é um dos elementos do lado estritamente pessoal da<br />
fé cristã. Se você não conhece nada acerca <strong>de</strong>ste aspecto da fé cristã,<br />
então — peço-lhe — <strong>de</strong>ixe <strong>de</strong> se consi<strong>de</strong>rar cristão!<br />
Muitas vezes, quando vou pela rua, penso comigo próprio: «As<br />
pessoas <strong>que</strong> passam a correr <strong>por</strong> mim nesta rua talvez se consi<strong>de</strong>rem<br />
todas cristãs. Se eu <strong>de</strong>tivesse alguém ao acaso e perguntasse «É<br />
cristão?», é muito natural <strong>que</strong> me respon<strong>de</strong>sse: «Sou. Não me toma<br />
<strong>por</strong> um muçulmano, pois não?» E eu continuaria a <strong>que</strong>stioná-lo:<br />
«Diga-me, já alguma vez não conseguiu dormir <strong>por</strong> causa da alegria<br />
<strong>que</strong> sentia <strong>por</strong> ser cristão?» Ele iria provavelmente respon<strong>de</strong>r: «Está<br />
doido, ou quê?»<br />
Estarei errado? O cristianismo do nosso tempo não se sente alegre<br />
ao pensar na fé <strong>que</strong> professa. Queixamo-nos da igreja—e mais nada!<br />
Não há o mínimo sinal <strong>de</strong> alegria. Mas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o momento em <strong>que</strong><br />
experimentamos o novo nascimento, compreen<strong>de</strong>mos o significado<br />
<strong>de</strong>stas palavras do apóstolo Paulo: «Regozijai-vos sempre no Senhor;<br />
outra vez digo, regozijai-vos!»<br />
Recentemente, li uma passagem fantástica da Bíblia aos meus<br />
jovens: «Para vós, <strong>que</strong> reverenciais o meu nome, nascerá o sol da<br />
justiça (uma alusão profética a Jesus) <strong>que</strong> traz a cura nas suas asas.»<br />
Não é maravilhoso? E o texto continua: «E irão e saltarão como<br />
bezerros a <strong>que</strong>m abriram o estábulo.» Esta passagem expressa-se <strong>de</strong><br />
um modo muito belo e, contudo, raramente encontro cristãos <strong>que</strong>, na<br />
alegria <strong>de</strong> pertencerem ao Senhor, saltem como bezerros a <strong>que</strong>m<br />
abriram o estábulo. Por <strong>que</strong> é <strong>que</strong> nós não sentimos essa alegria?<br />
A resposta é simples: não somos verda<strong>de</strong>iros cristãos.<br />
Não posso <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> pensar na minha mãe. A sua profunda alegria<br />
no Senhor era notada <strong>por</strong> todos. Tenho conhecido muitos outros<br />
cristãos <strong>que</strong>, tal como ela, brilhavam <strong>de</strong> alegria. Espero <strong>que</strong> à medida