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As Coisas Têm <strong>de</strong> Mudar — Mas Como? /171<br />
magnífico. Soldados com lanças, mercenários a jogar, uma multidão<br />
<strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nada, mulheres em pranto, fariseus com o seu olhar cínico. E<br />
mais além, muito acima da multidão, três cruzes.<br />
De repente, a minha atenção foi <strong>de</strong>spertada <strong>por</strong> um <strong>por</strong>menor<br />
muito estranho: mesmo no meio da multidão, junto à cruz <strong>de</strong> Jesus,<br />
havia um espaço em branco. Eu comentei para os outros: «É estranho,<br />
pois no meio da multidão, mesmo ao pé da cruz, não <strong>de</strong>via haver<br />
nenhum espaço vazio. Que é <strong>que</strong> o artista teria em mente?» A<strong>que</strong>les<br />
pintores medievais tentavam sempre transmitir alguma mensagem<br />
através dos seus quadros. O meu amigo aventou uma explicação:<br />
«Acho <strong>que</strong> ele <strong>que</strong>ria dizer isto: Neste ponto, mesmo aos pés da cruz<br />
<strong>de</strong> Jesus, há um espaço livre. Tu po<strong>de</strong>s colocar-te ali, se quiseres.»<br />
Penso muitas vezes nesse quadro, quando cantamos este hino:<br />
Sobre a cruz <strong>de</strong> Jesus,<br />
Os meus olhos po<strong>de</strong>m ver, às vezes,<br />
A forma moribunda da<strong>que</strong>le<br />
Que sofreu ali <strong>por</strong> mim.<br />
E do meu coração ferido, com lágrimas,<br />
Duas gran<strong>de</strong>s verda<strong>de</strong>s confesso —<br />
A maravilha do seu glorioso amor,<br />
E a minha própria indignida<strong>de</strong>.<br />
Quão alegre me sinto <strong>por</strong> junto da cruz <strong>de</strong> Jesus haver um espaço<br />
livre — um lugar para mim!<br />
E há também um para si.<br />
Irá adiar muito mais tempo, antes <strong>de</strong> se colocar lá?