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150 / Jesus Nosso Destino<br />
«Não há duvida <strong>de</strong> <strong>que</strong> é verda<strong>de</strong>, mas isso não ajuda quando alguém<br />
nos irrita.» Li noutro cartaz: «Seja simpático para os outros». Os americanos<br />
têm posto autocolantes em todas as esquinas das ruas das nossas<br />
cida<strong>de</strong>s com o slogan «Sorri.» Mas apesar <strong>de</strong> tudo isso, nadamuda.<br />
Lembro-me duma família <strong>que</strong> costumava visitar com certa<br />
frequência, quando estudava na Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Teologia. Não havia<br />
unida<strong>de</strong> nessa família. Todos viviam na mesma al<strong>de</strong>ia, mas tinha<br />
havido muitas contendas e ressentimentos entre eles. No meu<br />
optimismo <strong>de</strong> estudante para o pastorado, eu tinha reunido toda a<br />
família numa noite, com a louvável intenção <strong>de</strong> os reconciliar a todos.<br />
Fartei-me <strong>de</strong> falar... Por volta das 11 horas tinha resolvido tudo e todos<br />
eles <strong>de</strong>ram um aperto <strong>de</strong> mãos. Radiante, <strong>de</strong>i a mim próprio uma<br />
pancadinha nas costas: «Tu vais ser um bom pastor. Estás a começar<br />
muito bem!» Voltei para casa, feliz, e dormi profundamente. Na<br />
manhã seguinte, aconteceu <strong>que</strong> encontrei uma das mulheres da<strong>que</strong>la<br />
família e disse-lhe: «Foi maravilhoso ver como as coisas se resolveram<br />
ontem à noite, não foi?» «Maravilhoso?» — <strong>que</strong>stionou ela. «Não<br />
sabe o <strong>que</strong> aconteceu <strong>de</strong>pois?» «Não... Que foi?» — perguntei,<br />
empali<strong>de</strong>cendo.<br />
Aparentemente, ao voltarem para casa tinham recomeçado a<br />
discutir e as coisas estavam agora pior do <strong>que</strong> nunca! Acha isso<br />
engraçado? Eu não achei nada. Nesse dia tomei bem consciência da<br />
realida<strong>de</strong> da Queda; a nossa relação com Deus e com o nosso<br />
semelhante ficou <strong>de</strong>sfeita.<br />
Muitas vezes as pessoas escrevem-me, dizendo: «Caro rev. Busch:<br />
Em tal e tal lugar tenho parentes <strong>que</strong> não se dão bem uns com os<br />
outros. Po<strong>de</strong>ria visitá-los?» Sempre me recuso a fazer isso, <strong>por</strong><strong>que</strong> sei<br />
<strong>que</strong> é inútil aconselhar outros. Pense só <strong>por</strong> um momento em todas as<br />
pessoas <strong>que</strong> o irritam a si. Eu po<strong>de</strong>ria dizer-lhe o <strong>que</strong> <strong>de</strong>ve fazer, mas<br />
seria absolutamente inútil. Isto é trágico.<br />
Deixe-me ilustrar este ponto.<br />
Imagine <strong>que</strong> visito uma família. A certa altura, entra o filho <strong>de</strong> 17<br />
anos, todo <strong>de</strong>scontraído, com umas calças <strong>de</strong> ganga muito gastas e o<br />
último mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> penteado. O pai—um cidadão respeitável e <strong>de</strong> boas<br />
maneiras, fica subitamente furioso e explo<strong>de</strong>. «Olhem para ele; olhem<br />
só para ele!» A visão <strong>de</strong>ste filho inútil faz ferver o sangue do pai.<br />
Ou então pense no caso duma boa mãe crente com tendência para<br />
ser legalista. A filha atreve-se a usar algum baton e a mãe exclama:<br />
«Oh, esta rapariga enerva-me!» Entretanto, a filha pensa: «A minha<br />
mãe irrita-me sempre!»