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202 / Jesus Nosso Destino<br />
evangelísticas. O facto é <strong>que</strong> não estava disposto a admitir <strong>que</strong> era<br />
pecador e não podia compreen<strong>de</strong>r <strong>por</strong> <strong>que</strong> é <strong>que</strong> precisava dum<br />
Salvador. O seu lema na vida era: «Faz o bem e envergonha o diabo.»<br />
Como já disse, numa noite Volkening foi chamado à sua cabeceira. O<br />
velho lavrador estava moribundo e <strong>que</strong>ria tomar a comunhão pela<br />
última vez. Assim, Volkening foi lá. Ele era um homem alto e os seus<br />
olhos azuis e vivos atraíam a atenção das pessoas. Quando se aproximou<br />
do leito do moribundo, olhou para ele <strong>por</strong> longo tempo, sem dizer<br />
nada. Por fim, falou: «Heinrich, estou preocupado, muito preocupado<br />
consigo. A estrada <strong>que</strong> tem percorrido até agora não conduz ao céu;<br />
vai direita ao inferno.» Volkening virou-se então e saiu! O agricultor,<br />
furioso, gritou-lhe: «E é você um pastor! E é você <strong>que</strong> se atreve a falar<br />
do amor <strong>de</strong> Deus!»<br />
A noite caiu. Mas o pobre agricultor, <strong>que</strong> estava gravemente<br />
doente, não conseguia dormir. A consciência atormentava-o: «Tu não<br />
estás a seguir o caminho para o céu, mas para o inferno...» E se, afinal,<br />
fosse verda<strong>de</strong>? Os numerosos pecados <strong>que</strong> tinha cometido inundavam-<br />
-lhe a memória. Ele não tinha honrado a Deus como <strong>de</strong>via. Por vezes,<br />
tinha conseguido enganar os outros com muita astúcia.<br />
Com o passar das noites, um medo mortal se apo<strong>de</strong>rou <strong>de</strong> todo o<br />
seu ser. Não conseguia <strong>de</strong>scansar. Acabou <strong>por</strong> reconhecer <strong>que</strong> tinha<br />
cometido uma multidão <strong>de</strong> pecados ao longo <strong>de</strong> toda a vida e <strong>que</strong> não<br />
tinha qual<strong>que</strong>r base para pensar <strong>que</strong> era um filho <strong>de</strong> Deus. Chegou a<br />
um ponto em <strong>que</strong> <strong>de</strong>sejou dar uma reviravolta na vida. Assim, três dias<br />
mais tar<strong>de</strong>, chamou a mulher e disse-lhe: «Vai chamar o Volkening.»<br />
Era já noite e tar<strong>de</strong>, mas Volkening veio imediatamente. O velho<br />
lavrador disse-lhe num tom ansioso: «Pastor, acho <strong>que</strong> são horas <strong>de</strong><br />
mudar <strong>de</strong> vida». «Sim,» — respon<strong>de</strong>u Volkening — «Quando<br />
envelhecemos, tornamo-nos mais sábios. Mas um arrependimento<br />
apressado não é necessariamente verda<strong>de</strong>iro! Você precisa <strong>de</strong> algo<br />
mais profundo.» De novo o pregador voltou as costas e saiu da casa,<br />
e mais uma vez o lavrador ficou furioso.<br />
Será <strong>que</strong> você não teria ficado também? Não seria melhor <strong>que</strong><br />
Volkening fosse mais amável para com o agricultor? Afinal <strong>de</strong> contas,<br />
o homem estava às <strong>por</strong>tas da morte! Mas Volkening vivia muito perto<br />
<strong>de</strong> Deus e sabia o <strong>que</strong> estava a fazer.<br />
Três dias mais tar<strong>de</strong>, o velho lavrador entrou em agonia e profundo<br />
<strong>de</strong>sespero. Sabia <strong>que</strong> os seus dias estavam no fim. Perguntou então a<br />
si próprio: «Que lugar houve na minha vida para o amor, alegria, paz,<br />
paciência, bonda<strong>de</strong>, gentileza, fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> e auto-domínio?» Ao longo