Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
156 / Jesus Nosso Destino<br />
recordação da minha mulher. Eu prometo-lhe <strong>que</strong> não o como!" Mas<br />
ele riu-se e engoliu-os todos, sem <strong>de</strong>ixar um se<strong>que</strong>r.»<br />
Numa situação <strong>de</strong>stas, a nossa raiva po<strong>de</strong> atingir o clímax e<br />
transformar-se em ódio.<br />
Dapozzo continuou com a sua história: «De repente, compreendi<br />
o <strong>que</strong> a Bíblia <strong>que</strong>r dizer quando afirma: "O amor <strong>de</strong> Deus está<br />
<strong>de</strong>rramado em nossos corações." Ali mesmo, senti verda<strong>de</strong>iro afecto<br />
<strong>por</strong> a<strong>que</strong>le homem e pensei: "Pobre homem; ninguém gosta <strong>de</strong> ti.<br />
Estás ro<strong>de</strong>ado <strong>de</strong> ódio. Quão privilegiado eu sou como filho <strong>de</strong><br />
Deus!"» Dapozzo encheu-se <strong>de</strong> compaixão pelo comandante! Não<br />
<strong>de</strong>ixou <strong>que</strong> a<strong>que</strong>le homem o irritasse. O comandante <strong>de</strong>ve ter sentido<br />
isso, pois levantou-se <strong>de</strong>pressa e <strong>de</strong>ixou a sala.<br />
Quando a guerra acabou, Dapozzo foi visitá-lo. O homem ficou<br />
pálido quando o viu entrar. «Veio para se vingar?»—perguntou ele.<br />
«Sim.»—replicou Dapozzo. «Venho para me vingar. Vamos tomar<br />
café juntos. Eu tenho um bolo no carro. Vou fazer umas san<strong>de</strong>s para<br />
os dois.» O ex-comandante ficou profundamente confuso. De repente,<br />
compreen<strong>de</strong>u: o homem submisso a Jesus Cristo já não está sob o<br />
domínio do ódio. Foi libertado da ira <strong>que</strong> o pressionava, <strong>por</strong><strong>que</strong> o<br />
amor <strong>de</strong> Deus está <strong>de</strong>rramado no seu coração.<br />
Como velho pastor a trabalhar numa cida<strong>de</strong>, tenho ouvido muitas<br />
vezes pessoas a <strong>que</strong>ixar-se: «Sinto-me muito só. Ninguém me ama.»<br />
Eu já não su<strong>por</strong>to ouvir esse tipo <strong>de</strong> coisas! Sempre me apetece<br />
perguntar-lhes: «E você? Quantas pessoas ama?» Quando nós próprios<br />
somos um bloco <strong>de</strong> gelo, não é muito lógico dizer <strong>que</strong> não há amor no<br />
mundo.<br />
Quando percebi isso, disse imediatamente para mim mesmo: «É<br />
melhor começares a ser mais amável para com as outras pessoas.»<br />
Mas muito em breve verifi<strong>que</strong>i <strong>que</strong> era impossível. O nosso coração<br />
está tão cheio do «eu»! Sei <strong>que</strong> nos sentimos particularmente atraídos<br />
para certas pessoas, <strong>que</strong> são agradáveis. Mas as outras? A<strong>que</strong>las <strong>que</strong><br />
nos enervam?<br />
Lembro-me duma conversa <strong>que</strong> tive com um operário comunista.<br />
Ele disse: «Nós manifestamo-nos a favor dos coolies <strong>de</strong> Xangai.»<br />
«Ah, isso é bom!» — respondi. «E como é <strong>que</strong> vão as coisas com o<br />
seu vizinho do lado?» Ele explodiu: «Quando vir esse tipo, dou-lhe<br />
cabo da cara!»<br />
Não, não é muito difícil amar alguém no outro lado do mundo. As<br />
coisas são bem mais complicadas quando se trata <strong>de</strong> amar alguém <strong>que</strong><br />
vive na <strong>por</strong>ta ao lado.