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Que Adianta Andar com Deus? / 243<br />
toda a minha vida e mesmo agora na hora da morte.» Quando um<br />
homem está às <strong>por</strong>tas da morta, já não pensa em manter uma fachada;<br />
não per<strong>de</strong> tempo em conversa fiada. E se na sua agonia ainda diz <strong>que</strong><br />
conheceu a verda<strong>de</strong>ira felicida<strong>de</strong> em Jesus, isso toca-nos<br />
profundamente. Po<strong>de</strong> crer. Numa altura <strong>de</strong>ssas ninguém po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar<br />
<strong>de</strong> pensar: «E eu? Como é <strong>que</strong> reagirei quando chegar a minha hora?»<br />
No princípio do meu ministério, presenciei uma cena extraordinária,<br />
numa zona do Vale do Ruhr. Foi <strong>por</strong> volta <strong>de</strong> 1925. Tinha sido<br />
organizada uma gran<strong>de</strong> reunião durante a qual um senhor erudito<br />
apresentou uma palestra <strong>de</strong> duas horas para provar a não-existência <strong>de</strong><br />
Deus. Ele tinha feito um gran<strong>de</strong> espectáculo <strong>de</strong> todo o seu conhecimento.<br />
O salão estava superlotado e a atmosfera cheia <strong>de</strong> fumo. Os aplausos<br />
irromperam <strong>de</strong> todas as direcções. «Hurra! Não há Deus. Po<strong>de</strong>mos<br />
fazer o <strong>que</strong> quisermos.» Quando o orador se sentou, o presi<strong>de</strong>nte da<br />
mesa levantou-se e disse: «Está aberto o <strong>de</strong>bate. A<strong>que</strong>les <strong>que</strong> quiserem<br />
falar po<strong>de</strong>m vir à plataforma.» Ninguém, claro, teve a coragem <strong>de</strong> se<br />
levantar. Provavelmente, todos pensavam: «Quem po<strong>de</strong> contradizer<br />
um homem tão culto?»<br />
Havia, sem dúvida, muitas pessoas <strong>que</strong> não concordavam com o<br />
orador, mas ninguém parecia ser suficientemente ousado para ir até à<br />
plataforma expressar a sua opinião diante duma multidão <strong>de</strong> mil<br />
pessoas. Foi então <strong>que</strong> a voz duma senhora se ouviu do fundo da sala.<br />
Era a voz duma velha avó, uma da<strong>que</strong>las mulheres da Prússia oriental,<br />
<strong>de</strong> touca negra, <strong>que</strong> se vêem freqüentemente no Vale do Ruhr. O<br />
dirigente perguntou-lhe: «Quer dizer alguma coisa, avozinha?» «Sim,<br />
gostaria <strong>de</strong> dizer algumas palavras.» «Está bem.»—respon<strong>de</strong>u ele—<br />
«Venha até aqui à plataforma, <strong>por</strong> favor.» Ela respon<strong>de</strong>u: «Não se<br />
preocupe; eu vou.»<br />
A velha senhora dirigiu-se para a frente, com passo <strong>de</strong>cidido.<br />
Chegou à plataforma e pôs-se <strong>por</strong> trás da mesa do orador. Eis o <strong>que</strong> ela<br />
disse: «O senhor falou-nos durante duas horas acerca do seu ateísmo;<br />
permita-me <strong>que</strong> em cinco minutos lhe diga alguma coisa acerca da<br />
minha fé! Gostaria <strong>de</strong> compartilhar consigo tudo o <strong>que</strong> o meu Senhor,<br />
o meu Pai celestial tem feito <strong>por</strong> mim. Há alguns anos após o nosso<br />
casamento, o meu marido sofreu um aci<strong>de</strong>nte nas minas. Trouxeram-<br />
-mo para casa, morto! Vi-me <strong>de</strong> repente sozinha, com três filhos<br />
pe<strong>que</strong>nos. Na<strong>que</strong>le tempo, não havia praticamente nenhuma segurança<br />
social. Eu podia ter <strong>de</strong>sesperado perante o corpo sem vida do meu<br />
marido. Deus, <strong>por</strong>ém, interveio. Confortou-me como ninguém mais<br />
po<strong>de</strong>ria fazer. O <strong>que</strong> as pessoas me diziam entrava <strong>por</strong> um ouvido e